Quem se depara com o simpático semblante do polonês naturalizado brasileiro Aleksander Henryk Laks não acredita que este senhor resistiu por seis anos em campos de concentração até ser libertado pelas tropas aliadas do nefasto campo de Auschwitz. Sobrevivente dos horrores e atrocidades nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, Aleksander relata os sofrimentos inimagináveis aos quais foi submetido e conta como conseguiu a eles sobreviver no livro O SOBREVIVENTE — Memórias de um brasileiro que escapou de Auschwitz, escrito com a colaboração de Tova Sender.
Presidente da Associação Brasileira dos Israelistas Sobreviventes da Perseguição Nazista, Aleksander Laks tornou-se um defensor ardoroso da tolerância entre as pessoas e fez de sua vida um exemplo de como ter e manter a esperança.
Seu calvário começou quando o exército nazista invadiu a Polônia, em setembro de 1939. A partir daí, sua vida e de sua família transformou-se numa luta diária pela sobrevivência. Aleksander — então com 12 anos —, deparou-se com amigos e parentes amarrados ou enforcados no alto de postes da sua cidade natal, Lodz, e viu soldados alemães arrancarem as barbas de judeus com as mãos, deixando suas faces em carne viva.
No entanto, este foi apenas o começo da série de crueldades impingidas aos judeus. Uma delas foi a fome, que matou cinco mil pessoas no primeiro mês de invasão. Logo após, ele e sua família foram confinados ao gueto de Lodz. Das 160 mil pessoas lá confinadas, Aleksander foi uma das 1.600 que sobreviveram ao gueto.
A fome fez com que a família Laks se entregasse aos nazistas. Levados para diversos campos de concentração, Aleksander — aproximadamente com 16 anos — viu sua mãe pela última vez ao descer do trem que os levou para Auschwitz, lugar onde viveu os momentos mais torturantes da sua vida. Os prisioneiros, com parasitas por todo o corpo, tinham seu pêlos arrancados, suas cabeças raspadas e passavam por banhos com produtos químicos. Uma das torturas mais comuns era o método número 25. Os judeus eram amarrados de bruços em cavaletes e espancados nas costas com pedaços de pau, esmigalhando os rins que saiam junto com o sangue através dos poros. Depois de ver sua mãe caminhar para a câmara incineradora, assistiu a morte de seu pai que não resistiu às semanas de caminhada na chamada "Marcha da Morte", de mais de 500 quilômetros, entre vários campos de concentração. Dos 600 prisioneiros que partiram de Auschwitz, apenas 50 sobreviveram. E novamente Aleksander estava entre eles.A redenção veio junto com a chegada do exército aliado. Aleksander foi salvo pelas tropas que interceptaram o trem que o levava de um campo de concentração para outro. A certeza de que seu calvário teria fim veio na forma de um copo de leite quente, entregue por um soldado aliado.
Aleksander Henryk Laks tem 80 anos e vive em Copacabana no Rio de Janeiro. Presidente da Associação Brasileira dos Israelistas Sobreviventes da Perseguição Nazista, Laks dá palestras e seminários sobre sua experiência durante a Segunda Guerra Mundial, com a intenção de esclarecer as pessoas sobre a necessidade de maior tolerância entre os seres humanos.
A psicóloga, educadora e escritora Tova Sender ajudou Aleksander Henryk Laks a escrever seu livro O SOBREVIVENTE — Memórias de um brasileiro que escapou de Auschwitz.
Depoimento do Sr. Aleksander Laks
http://www.ort.org.br/projetos/holocausto/depoimen.htm
Um comentário:
Esse foi o melhor livro que eu já li...
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