sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Marcha mundial contra Hugo Chávez!!






Liberdade, igualdade e fraternidade. O lema que embalou a Revolução Francesa há exatos 220 anos ganha novas cores, novas vozes e novo sotaque nesta sexta-feira. Em defesa de uma América Latina "democrática, livre do totalitarismo e da tirania; onde impere a tranquilidade, a paz, o respeito e a irmandade entre os povos", um grupo de ativistas colombianos - apoiado por organizações não-governamentais (ONGs), líderes independentes e políticos de diferentes correntes ideológicas e de diferentes países - organizou uma manifestação mundial exigindo o fim dos "atropelos e grosserias, das loucuras e insultos, do expansionismo e do intervencionismo" do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. O movimento intitulado No Mas Chávez, ganhou força depois da deterioração das relações entre Caracas e Bogotá por causa de um acordo militar entre Colômbia e EUA. Aliados em países como Arábia Saudita, Austrália, Israel e muitos outros da Europa já anunciaram que engrossarão o coro contra o presidente venezuelano. A cidade de São Paula também prepara manifestação.

"O líder venezuelano nos insulta, insulta a América Latina e o mundo; impõe, à base de mentiras, medo e má educação, a sua revolução anacrônica e delirante", diz a página do movimento No Mas Chavez , que propõe uma marcha global anti-chavista, no dia 4 de setembro, ao meio-dia. "Estamos cansados. Chegou o momento de acordar".

Para o colombiano Juan David Lacouture, um dos criadores do grupo, o presidente venezuelano não tem limites e oferece risco real à soberania dos países latino-americanos - e de todos os povos livres do mundo.

- Chávez representa um perigo mundial - disse, em entrevista exclusiva ao site do GLOBO, por telefone, atacando o que ele considera uma constante intervenção do venezuelano nos assuntos internos de países livres como Equador, Bolívia, Nicarágua e, mais recentemente, a Colômbia. - As bases americanas são o mais novo pretexto que Hugo Chávez inventou para se intrometer na nossa política interna e, claro, chamar atenção. Ano passado, ele usou as trocas humanitárias de reféns das Farc para fazer a sua propaganda pessoal - declarou.

- Ele está se preparando para um confronto militar com a Colômbia. Seu plano de Estado tem como estratégia reforçar o conflito entre os países da região. Países que historicamente são irmãos, amigos, e que têm laços comerciais fortes. O presidente venezuelano já perdeu todos os limites. Ele não respeita nada, ninguém, nem os organismos internacionais - acrescentou Juan David.

Outra motivação para o protesto seria, segundo o colombiano, a situação de pobreza em que vivem os venezuelanos:

- Apesar da bonança petroleira de que o país dispõe, isso não se converte em infraestrutura, em educação, em benefícios para a população. O povo da Venezuela sofre com o desabastecimento. Nos mercados, faltam artigos básicos como papel higiênico e leite.

Movimento já conta com mais de 320 mil adesões em todo mundo

A ideia da marcha, que segundo Juan David surgiu num momento de "efervescência do povo colombiano contra os desmandos de Chávez", logo encontrou eco. A comunidade No Mas Chávez, criada no Facebook para divulgar o protesto desta sexta-feira, já conta com mais de 320 mil participantes.

- A campanha foi lançada há apenas duas semanas. A resposta não podia ser melhor - comemorou. - Houve adesões em países que você nem imagina. Há pessoas mobilizadas na Arábia Saudita, em Israel, na Holanda, na França, na Espanha, entre outros.

Ao todo, 27 países participarão "oficialmente" da marcha. E o Brasil não ficará de fora. Há uma mobilização confirmada em São Paulo. A concentração será na Avenida Paulista, na altura do Masp, às 12h. Mas outras manifestações são esperadas nas grandes capitais do país.

- Temos certeza de que o número de participantes será muito superior ao de cadastrados nas nossas páginas do Twitter e do Facebook. Muitos sairão anônima e voluntariamente de casa para protestar silenciosamente, vestindo uma simples camisa branca - disse. - Por isso, convido todo o povo brasileiro, todos aqueles que se sentem desrespeitados pelas atitudes déspotas de Hugo Chávez e que se solidarizam com o sofrimento dos venezuelanos, daqueles que vivem numa ditadura, que passam dificuldades, que sequer podem deixar o país, para marchar nesta sexta-feira. Trata-se de um protesto espontâneo, interativo, que conta muito com a iniciativa individual, com a energia de cada um.

Ângela Góes - O Globo

www.oglobo.com.br

http://www.NoMasChavez.org

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