domingo, 28 de fevereiro de 2010

Lula - Palpite infeliz

O presidente Lula deve estar convencido de que sua popularidade lhe permite fazer o que quiser, dizer o que lhe vem à cabeça, sem necessidade de ter a mínima coerência. Só assim se explica a série de despautérios que andou distribuindo em seu mais recente périplo internacional nos últimos dias.

Apanhado em flagrante pela comunidade internacional em contradição fundamental ao não criticar a ditadura de Cuba pela repressão política que, para seu azar, culminou desta vez com a morte de um dissidente que fez greve de fome exatamente no dia em que chegou à ilha de seu amigo Fidel Castro, Lula disse ter aprendido “a não dar palpite no governo dos outros”.

Uma desculpa frouxa e sem base na realidade. Se o ditador de plantão, Raul Castro, foi grotesco ao culpar os Estados Unidos pela morte, Lula foi quase cruel ao criticar a greve de fome como instrumento político. E exigir uma carta protocolada na embaixada para receber os dissidentes cubanos.

Uma formalidade que um presidente realmente democrata não exigiria de uma oposição sabidamente perseguida numa ditadura.

Mas analisemos a desculpa de Lula para não fazer comentários sobre a ditadura cubana. Para começar, é através dele mesmo que sabemos que ele se mete no governo dos outros, até mesmo dos Estados Unidos.

Lembram daquele dia em que ele disse que acordou invocado e ligou para o Bush? Em outro momento, no auge da crise financeira, Lula contou que ligou duas vezes para o presidente Bush.

“Eu liguei para ele para falar: ‘Bush, o problema é o seguinte, meu filho: nós ficamos 26 anos sem crescer, agora que a gente está crescendo você vem atrapalhar? Resolve a sua crise’. E depois, o Brasil tem knowhow para salvar banco, é só criar um Proer”, disse durante discurso no Fórum Empresarial Brasil-México, em Recife.

Pode ser apenas uma bravata, mas está registrado.

Quando é para defender Cuba, Lula também não se incomoda de se meter no governo dos outros.

Já contou que disse ao presidente Barack Obama que ele deveria ter a mesma audácia dos eleitores que o colocaram na Casa Branca, e acabar com o bloqueio econômico a Cuba.

No caso de Honduras, chegou a ser escandalosa a intromissão do governo brasileiro nos assuntos internos daquele país, a ponto de ter tentado, com a cumplicidade de Hugo Chávez, criar um fato consumado com o retorno de Manuel Zelaya ao país, abrigando-o na embaixada brasileira.

E pedia sanções internacionais a Honduras, as mesmas que quer levantar em Cuba, enquanto Zelaya não voltasse ao governo. Queria porque queria que a ONU e a OEA interviessem em Honduras, ao mesmo tempo em que defende o retorno de Cuba à OEA sem nenhum compromisso com a democracia.

Da mesma forma, o Brasil foi dos países mais ativos, ao lado da Venezuela de Chávez, na condenação das bases militares dos Estados Unidos na Colômbia, mas nunca fez um comentário sobre os acordos militares que o mesmo Chávez andou assinando com a Rússia e o Irã.

Recentemente, intrometeuse na disputa da Argentina com a Inglaterra sobre as Malvinas (ou Falklands), cobrando da ONU uma posição.

O presidente Lula também andou mandando recados para o governo dos Estados Unidos, que aumenta as pressões para que o país não proteja o programa nuclear iraniano, que está sendo tocado sem a fiscalização dos organismos internacionais, especialmente a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Disse que não deve exp licações a ninguém, “apenas ao povo brasileiro ”, numa referência à próxima presença da secretária de Estado Hillary Clinton no Brasil. Retórica vazia e populista, pois o país que eventualmente dirige não é um pária na sociedade internacional, e tem que se submeter aos organismos internacionais.

Se o governo do Irã insiste em realizar um programa nuclear fora do sistema de fiscalização que existe sob os auspícios da ONU, o Brasil não deveria dar-lhe apoio.

Ao contrário, o apoio do governo brasileiro à ditadura teocrática de Mahmoud Ahmadinejad se dá em vários níveis.

Quando ele foi eleito sob suspeita de fraudes, provocando protestos internos e uma onda internacional de repúdio, Lula foi dos primeiros a vir em seu socorro, minimizando os protestos como sendo comparáveis à disputa de torcidas de futebol, com o perdedor reclamando.

As muitas mortes que se seguiram aos protestos não foram suficientes para o governo brasileiro recuar.

O chanceler Celso Amorim não teve nem o cuidado de mudar o dia da reunião com o chanceler do Irã no recente Fórum Econômico Mundial, em Davos.

Recebeu-o no mesmo dia em que três dissidentes “da torcida rival” eram fuzilados em Teerã ainda devido aos protestos contra a eleição de Ahmadinejad.

Depois, disse que o Brasil não se nega a ter relações com países apenas porque eles têm pena de morte.

Como se os fuzilamentos da oposição iraniana pudessem ser comparados com os criminosos quesão condenados à morte em alguns estados nos Estados Unidos.

Os interesses econômicos e políticos têm precedência sobre os direitos humanos no pragmatismo de nossa política externa.

Presos por opinião política no Irã ou em Cuba não contam com a solidariedade do governo brasileiro, que se arroga o título de grande defensor dos direitos humanos, mas não liga muito quando “países amigos” os transgridem .

Merval Pereira

O Globo

El testamento de Orlando Zapata: «Mi sangre al servicio de la libertad»

El testamento de Orlando Zapata: «Mi sangre al servicio de la libertad»

LA RAZÓN es el medio de comunicación que María Luisa Tamayo, madre del disidente Orlando Zapata, ha honrado para dar a conocer al mundo el que ella considera el testamento político de su hijo, un humilde albañil negro fallecido tras 86 días de huelga de hambre en protesta contra las inhumanas condiciones que vivía en la cárcel desde 2003. Apenas unas líneas que María Luisa dicta por teléfono con voz rotunda, orgullosa del legado que deja atrás Orlando tras su «asesinato». Sólo al final quiebra su entereza.

Escritas a lápiz en una camisa blanca de la que María Luisa no se separa y que ella misma le envío a prisión justo antes de iniciar su última protesta, tras recibir una brutal paliza de sus carceleros, las líneas que entrecruzan este sudario por la libertad reflejan el padecimiento de Zapata en prisión y suponen la más fiel denuncia contra la única dictadura que aún perdura en Iberoamérica entre la indiferencia de muchos. Un grito desgarrador por la democracia de un pueblo esclavo de los hermanos Castro.

En una camisa blanca, sin cuello ni mangas y cubierta por su sangre, escrito de su puño y letra con los restos de un humilde lápiz, Orlando Zapata Tamayo, último mártir cubano, muerto tras 86 días en huelga de hambre, dejó su testamento político en su celda de la Prisión Provincial de Holguín:

«Orlando Zapata Tamayo. Hora, tres de la tarde. Ciudad de Holguín. 26 del 10 de 2009. Mi sangre, al servicio de la libertad y de la democracia, de 11 millones de cubanos y de su temor a expresarse por miedo a estar más encarcelados de lo que están. ¡Vivan los Derechos Humanos! ¡Vivan! ¡Vivan las Damas de Blanco! ¡Vivan! Camiseta de preso político y de conciencia. Orlando Zapata Tamayo, quien fuera golpeado el día 26 de octubre de 2009 por la Policía terrorista del dictador Fidel Castro y su hermano Raúl. Fidel y Raúl son terroristas. ¡Abajo Fidel y Raúl! ¡Abajo cincuenta años de dictadura! Fidel y Raúl, sois asesinos. ¡Viva la oposición interna! ¡Viva! ¡Libertad para todos los presos políticos! ¡Libertad!»


Para Reina Luisa Tamayo, Dama de Blanco


Humberto Montero - Madrid

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En Cuba, de nuevo el silencio

El disidente cubano Orlando Zapata Tamayo al fin descansa en paz. Desde su encarcelamiento hace siete años su vida se había reducido a raciones de golpizas y penurias. En los últimos meses la huelga de hambre que había iniciado se agravó por la falta de atención médica. Se había cumplido el deseo de la dictadura castrista: que de una vez desapareciera tan incómodo prisionero de conciencia.

A primera vista uno pensaría que los hermanos Castro habrían preferido no pagar un coste político frente a la Unión Europea y otros gobiernos del mundo que no han tardado en condenar la más reciente violación de los derechos humanos en la isla. Pero eso obedecería a un pensamiento lógico, alejado de la sintomatología de una mente asesina. Tratándose de estos dos sujetos, la cuenta que sacan les proporciona beneficios: la indignación por el fallecimiento de Zapata Tamayo se difuminará en cuestión de días. En un par de semanas pocos recordarán el desgarrador testimonio de su madre, Reina Luisa. Y, sobre todo, una vez más demostraron que pueden contener el menor estallido de insurrección popular propagando el terror desde la Habana hasta Banes, la localidad donde fue enterrado el opositor.

¿Cuántas veces hemos intuido que podríamos estar presenciando el chispazo que provocaría la caída de ese muro invisible pero implacable que ha privado a los cubanos de libertad durante más de medio siglo? ¿Recuerdan la marejada del pueblo durante el éxodo de El Mariel? ¿Tienen memoria de los días trémulos en los que María Elena Cruz Varela y otros opositores empapelaban las calles con Dazibaos que clamaban por la apertura política? ¿Conservan las imágenes del gentío revuelto en la jornada del Maleconazo? ¿Acaso no fue ayer cuando el aire fresco de los jóvenes blogueros irrumpió en los portales de la aldea global? Han sido episodios intensos y esperanzadores que nos hicieron vivir el instante del espejismo. El falso oasis en medio de la nada de un desierto.

El fin de la tiranía es inevitable y sucederá más pronto que tarde, pero es improbable que ocurra como consecuencia de una manifestación multitudinaria que no puede materializarse mientras el Gobierno domine los mecanismos de la represión y el miedo. Lo habitual es que el dictador de turno muera en la cama, a menos que sus propios hombres fuertes conspiren para deshacerse del jefe. De lo contrario, la sociedad, desprovista de herramientas para impulsar la resistencia cívica, simplemente intenta sobrevivir o huir del país a la menor oportunidad. Y los cubanos no tienen un componente genético distinto a tantos otros pueblos que han permanecido oprimidos durante años.

A este lamentable modelo político le llegará su hora final, y seguramente los propios miembros de la nomenclatura se encargarán de desmontar el andamiaje en los estertores de la polvorienta dinastía. Entretanto, continuaremos siendo testigos de hechos tan terribles como la injusta muerte de Orlando Zapata Tamayo, cuya valerosa madre no ha dudado en calificar de "asesinato premeditado" por parte del Gobierno cubano.

Los que acompañaron a Doña Reina Luisa en su duelo ya han regresado a sus hogares. Los que en la isla tuvieron el arrojo de solidarizarse con ella se han visto obligados a retornar a sus asuntos. En su humilde vivienda sólo permanecen los crespones negros de su infinita tristeza. En Cuba, de nuevo todo es silencio. Y los corazones desmayados.

Gina Montaner

© Firmas Press

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Decencia

El miércoles de esta semana, un desconocido concejal del PSOE y segundo teniente de alcalde de Paradas, Sevilla, llamado Joaquín Manuel Montero enviaba una carta a ZP y a la secretaria de Organización, Leire Pajín, solicitando su «baja como militante del PSOE» desde el momento en que se había aprobado la nueva Ley del Aborto. Aunque muy correcta en el tono, la misiva acumulaba en su contenido acusaciones de una enorme gravedad como la de que el PSOE era «una organización que legitima la muerte de inocentes mediante la aprobación de leyes injustas», la de que la nueva norma había sido aprobada «con una ajustada mayoría de voluntades compradas a golpe de concesiones» o la de que el PSOE había «obviado el diálogo interno dentro del partido sobre un tema que, no sólo es contrario al humanismo universal que históricamente caracterizó al socialismo, sino que además divide a la sociedad dramáticamente».

Por añadidura, Montero ha señalado que, al impulsar esta reforma de la legislación del aborto, el PSOE engañaba a su electorado, un comportamiento que iría en la línea del alejamiento de la gente pobre sobre la que en su día se apoyó. De manera más que significativa, Montero no parte ni mucho menos en sus planteamientos de una visión religiosa sino que apunta a los viejos y verdaderos militantes socialistas que le habrían enseñado que no existe actualmente una afirmación más reaccionaria que la del derecho de una persona sobre la vida del hijo no nacido. En opinión de Montero, el PSOE debería defender la vida en todas sus manifestaciones y esto incluiría la oposición al aborto. Examinadas las declaraciones de Montero, no hay nada que me haga pensar que profesa algún tipo de creencia religiosa o cuenta con una fe de carácter trascendente. Sin embargo, no abrigo ninguna duda al pensar que Montero, el antiguo concejal del PSOE, tiene una sensibilidad espiritual infinitamente superior a la de otras personas que se jactan de su filiación confesional. Pienso, por ejemplo, en los católicos confesos del PSOE que, como Bono, han intentado justificar el voto en favor de la ley que amplía el aborto apelando a especiosos argumentos teológicos o en aquellos que ni siquiera se han tomado ese trabajo, pero la han respaldado igual como pueden ser José Blanco, María Teresa Fernández de la Vega o Miguel Ángel Moratinos.

Seguramente también es considerablemente mayor que la de los cargos electos del PNV, un partido que hasta ayer mismo insistía en que cómo su catolicismo era fetén a diferencia del que profesaban los maketos. Incluso me atrevería decir que la conducta de Montero supera en nobleza a la de algún clérigo reconocido que ha sostenido la peregrina idea de que la excomunión que pesa sobre los políticos que respaldan una ley abortista no es «pronunciable» en el caso de un monarca, lo que, aparte de muy discutible, dejaría, por ejemplo, al rey Balduino a la altura del betún. Quizá es que Montero, a diferencia de todos los demás, es simplemente una persona decente que coloca su conciencia por delante de otro tipo de consideraciones como pueden ser el dinero, el poder, el cargo o la fama. Quizá, pero, en cualquier caso, no se puede negar que hay ocasiones en que lo que acaba definiendo a un ser humano, por encima de etiquetas y rótulos, es la decencia.

César Vidal

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Negro, pobre, muerto

Veo la foto de Lula, presidente de Brasil, con Fidel y Raulito Castro: lucían camisa informal, chándal y guayabera de colores claros. De esos colores que sientan bien en cierta latitudes aunque uno sea la viva (por decir algo) imagen de la escabechina humana, como es el caso del Coma Andante Fidel. Qué foto más bonita. Los camaradas amos del mundo, blanquitos y sonrientes, sin que nada les encoja las tripas, no desde luego la muerte del obrero negro Orlando Zapata, y además ni siquiera sabemos si Fidel tiene todavía entrañas o se las extirparon en su momento y ahora lleva un intestino de acero ruso, rizado como una serpentina y que funciona con una pila atómica. Cogiditos los tres amigos, Fidel, Lula y Raulito, tocándose los respectivos lomos con ternura. Parecían la portada de uno de esos discos recopilatorios que siempre nos alegran el verano: Red Caribe Mix. Un símbolo mundial de la izquierda. A construir los mitos de la izquierda extrema han contribuido siempre las buenas fotos, las que tienen encanto y seducen a las ingenuas masas. Por ejemplo aquella famosa del Ché tomada por Alberto Díaz, Korda. Conocí a Korda hace años en Cuba, y tuve la sensación de que no hacía mucho en la vida, excepto espantar moscas, pero que el régimen «caribecomunix» le está muy agradecido. No es para menos. Esta fotografía de Lula y los Castro también tiene su punto. La hicieron el mismo día que murió Orlando Zapata, que era negro, pobre, fue torturado y ya no molesta. Los tres luchadores por la libertad del proletariado no podían reprocharle a Zapata –un albañil que tenía más agallas en una sola uña de sus negros pies de obrero de las que podrían reunir esos tres de la foto a lo largo de varias vidas–, no pueden recriminarle al pobre Zapata, digo, haber sido un ricachón de la «gusanera» de Miami: Zapata era justo aquello por lo que, antaño, algunos creían que esos tres de la foto deberían estar luchando.

Ángela Vallvey

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Cambio climático - Adiós al consenso calentólogo

El supuesto consenso científico sobre un cambio climático catastrófico provocado por la actividad humana ha sido la matraquilla con la que el ecologismo radical y todo el movimiento calentólogo ha defendido desde hace años el intervencionismo energético y el racionamiento de CO2, entre otras medidas que nos alejan del libre mercado y la prosperidad. El "consenso" también ha servido a las organizaciones del ecologismo radical para negarse una y otra vez a discutir cuestiones tan básicas como puedan ser los puntos más oscuros de la teoría catastrofista, o las propias mediciones de temperatura. Desde el director de Greenpeace hasta el último becario de WWF, la posición típica en los últimos años ha sido negarse a debatir sobre las causas y el alcance del cambio climático porque, según ellos, el consenso ya había dictado sentencia sobre estos asuntos. Catastrofistas como López Uralde no paraban de repetir que lo único que se podía discutir era cuánto teníamos que racionar las emisiones de CO2 para detener la catástrofe planetaria.

Pues ahora resulta que el principal científico involucrado en el Climategate y uno de los gurús del "consenso" calentólogo, Phil Jones, reconoce que no existe tal consenso, que la inmensa mayoría de los científicos no consideran que el debate haya concluido y que, desde luego, esa no es su visión. Según el científico británico apartado temporalmente de sus funciones como director de la conocida Unidad de Investigación sobre el Clima (CRU), aún existen muchas incertidumbres, no sólo en lo que respecta al futuro, sino también en lo que se refiere a las mediciones de las temperaturas y especialmente el de las temperaturas pasadas.

Con estas declaraciones a la BBC que recoge Libertad Digital, el ecologismo radical se ha quedado con el culo al aire. La idea del consenso ha sido el corazón de la estrategia calentóloga y le estaba sirviendo para todo al movimiento ecologista. En la web de Greenpeace podemos encontrar frases afirmaciones del tipo: "Existe un amplísimo consenso científico internacional acerca de que el cambio climático avanza a una velocidad mucho mayor de lo que se esperaba hace pocos años". Sin embargo, el propio Jones reconoce en la entrevista que entre 1995 y 2009 hay una tendencia negativa de -0,12 grados centígrados por década (si bien matiza que no es estadísticamente significativa).

Los catastrofistas parecen estar perdiendo apoyos a marchas forzadas. Otra de sus cantinelas se refería al hecho de que jamás habíamos vivido un calentamiento similar. Pues bien, una vez más su hasta ahora adorado Jones desmiente este mito y reconoce que ha habido al menos tres periodos anteriores, uno de ellos en el siglo XIX, en los que el calentamiento ha sido similar al de las últimas décadas. Es más, incluso admite lo abierto que está el debate científico en torno al famoso Palo de Hockey, popularizado por Al Gore en su conveniente y oscarizada secuencia de mentiras y exageraciones. El climatólogo llega a reconocer que el periodo cálido medieval podría haber sido más caluroso que el periodo actual.

El Climategate parece haber traído algo de sensatez al debate en torno al cambio climático. Esto no es sólo importante de cara a la búsqueda de la verdad científica en este terreno, sino que también lo es, y mucho, para que la adopción de estrategias públicas y privadas se realice con un mínimo de cordura, respetando las libertades individuales y pensando en los distintos costes y beneficios que pueda haber en juego.

Gabriel Calzada Álvarez es doctor en Economía y presidente del Instituto Juan de Mariana

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La "rebelión" de la Naturaleza

Con la prodigalidad tipográfica propia de los grandes acontecimientos, un diario que se pretende ilustrado, El Mundo por más señas, viene de titular así la aleatoria coincidencia del terremoto chileno y esa severa tormenta que acaba de asolar Francia: "La rebelión global de la Naturaleza". Bueno –se me dirá–, apenas una licencia algo tremendista con tal de dar salida al papel en tiempos de zozobra mercantil. Sí, claro que algo de eso ha de haber. Aunque también, y sobre todo, el epigrama constituye otra prueba de que las metáforas periodísticas las carga el inconsciente –más o menos– colectivo. Ya lo auguró el viejo Chesterton con lúcido sarcasmo: "Lo malo de que los hombres hayan dejado de creer en Dios no es que ya no crean en nada, sino que ahora están dispuestos a creerse cualquier cosa".

Es sabido, Hitler diseñó con muy extremo mimo las autopistas del Tercer Reich a fin de obedecer al sacro orden ecológico alumbrado por los dioses del Paisaje. Y el arquitecto que ingenió la Gran Muralla China se suicidaría persuadido de que los cimientos de su obra habían segado las venas de la Tierra. Pero nunca igual que ahora, en el mismo instante crepuscular de la Modernidad, se había alcanzado tal punto de inflexión en la idiocia emocional de algunas sociedades occidentales. Una tara que se exterioriza con la acelerada regresión a los orígenes de la especie, ese viaje de vuelta al animismo que dejan entrever enunciados como el que nos alerta de la inminente desafección política de valles, montañas, mares, ríos, alcornoques, belloteros, melones y sandías.

¿Inocua retórica panteísta para exclusivo consumo de acéfalos new age? ¿Empalagosa sensiblería kitsch sin mayor trascendencia fáctica? Explíquenselo a las viudas de los cinco bomberos catalanes que tuvieron que poner en juego –y perder– sus preciosas e irremplazables vidas por culpa de un simple y estúpido bosque. Porque si hasta los estertores mismos del siglo XX, la Historia, así con mayúscula solemnidad, dispuso de su propio Comité Central, el que condenaba o absolvía a los humanos según soberano e inapelable designio, ahora, su altar vació vienen a ocuparlo todas las máscaras posibles de la Pachamama. He ahí los Na´vi de Avatar, diseñando ya las portadas de la prensa madrileña.

José García Domínguez es uno de los autores del blog Heterodoxias.net.

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Un español con vergüenza

Es mucho más insólito que un gato con dos cabezas o una gallina con tres patas. Como que estoy por escribir al Libro Guinness de los Récords para que inscriban este caso tan curioso. Ha acaecido en Paradas, pueblo de suyo bastante insólito. Allí fue donde hubo un alcalde liberal, José Gómez Salvago, que fue el precursor de la memoria histórica, y en plena dictadura de Franco, que es cuando tenía mérito, no ahora. Así que, ¡oído cocina, que marchen dos para el Guinness! Gómez Salvago era poeta y amigo de los poetas. Tanto, que ejerció de Zorrilla en el entierro de Joaquín Romero Murube. Zorrilla debutó con caballos leyendo unos versos en el entierro de Larra y a Gómez Salvago lo conocieron algunos cuando dábamos tierra al autor de «Tierra y Canción». Gómez Salvago leyó unos versos del poeta mientras enterraban a Romero Murube. Era el único de los presentes que se fue al cementerio con un libro de Joaquín Romero puesto. Se adelantó a la tumba, abrió el libro, y en un silencio de marisma y Roma, como a la medida de quien llevaba a la ciudad en los labios, Gómez Salvago leyó una canción del poeta que nos dejaba: «Señores, tengo una novia/en el aire de Sevilla».

La gente se preguntaba quién era el que había leído los versos de Romero Murube entre el mármol y los cipreses. Le decían:

- Es el alcalde de Paradas, el que le ha puesto a las calles nombres de poetas en vez de militares...

Así era, y por eso digo que Paradas es pueblo del Guinness. Como otros alcaldes del régimen habían puesto nombres de la situación a las calles de las nuevas barriadas que inauguraba Utrera Molina el 18 de julio, Gómez Salvago había tirado de poetas proscritos, rojos, heterodoxos, exiliados, de medio 98 y de todo el 27. En vez de rotular las calles como General Moscardó, Santuario de la Cabeza, Batalla del Ebro o Ledesma Ramos, jugándose el cargo le había puesto a una García Lorca; y a la otra, Miguel Hernández; y a la de más allá, Rafael Alberti.

Por todo lo cual no me extraña que el hecho insólito que comentar quiero haya ocurrido precisamente en Paradas. En Paradas han descubierto algo tan raro y escaso como un español con vergüenza. Que además es concejal. Y encima, del PSOE. Quien ha dimitido. Pero no porque lo hayan cogido con las manos en el cajón, sino porque su conciencia lo ha pillado con la mano en el corazón, y ha sido algo tan raro como coherente y consecuente consigo mismo. Este señor se llama Joaquín Manuel Montero. Y su conciencia le ha dicho que no puede estar ni un minuto más en una organización que acaba de convertir un delito en un derecho y que promueve la matanza de inocentes con la barra libre del Aborto. Y en vez de apagar la luz y no decir ná en Triana, como hace media España (cofradones y beatones incluidos), y tragar, y guardarse la conciencia para mejor ocasión, y seguir poniendo la mano, que el pan de los niños es el pan de los niños, que está la cosa mú achuchá y que con las cosas de comer no se juega, ha cogido y se ha dirigido a ZP y a Leire Pajín devolviéndoles el carné del PSOE y su acta de concejal, como segundo teniente de alcalde y delegado de Educación del Ayuntamiento de Paradas. Y les ha dicho que se metan ambos, el carné y el acta, por donde les quepa. Y anda que lo ha dicho oscurito, no se le entiende nada, no: «Siempre he tenido entre mis principios la defensa de la vida y la conciencia no se negocia con nada ni con nadie. Jamás permitiré que mi nombre aparezca junto al de una organización que legitima la muerte de inocentes mediante la aprobación de leyes injustas. No hay en nuestros días una afirmación más reaccionaria que la del derecho de una persona sobre la vida del hijo no nacido». Ya digo, algo tan raro e insólito como un español con vergüenza y coherencia en esta España tragona del No Passsa Nada y del Come y Calla. Óle tus co...herencias, Joaquín Manuel Montero.

Antonio Burgos

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Debates en Libertad- LDTV: 11- M, caminito de Jerez



libertaddigitaltv (27-02-2010)

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Da la vuelta al aborto. 7 de Marzo - Marcha por la Vida 2010



Con este vídeo, Derecho a Vivir demuestra que se puede dar la vuelta a la realidad del aborto en España, que las cosas pueden cambiar. El primer paso, la marcha por la vida del próximo domingo siete de marzo.

Porque el Gobierno tiene que entender que no existe ningún derecho más importante que el derecho a vivir.

Bajo el lema España Vida Sí, la Marcha por la Vida llevará a Europa e Iberoamérica el clamor de los españoles contra la ley del aborto. A esta Marcha por la Vida se le unirán 100 concentraciones en toda España y en varios países del mundo.

Los siete pecados capitales según Salman Rushdie


Este fin de semana en ABCD, el prestigioso y polémico escritor angloindio, Salman Rushdie expone, en un artículo exclusivo, su particular visión de los siete pecados capitales, a los que les sigue el rastro por la literatura, el cine e, incluso, el mundo de la moda. El autor de «Hijos de la medianoche» analiza las huellas de los vicios capitales en la obra de Dante, Shakespeare, Conrad, Montaigne y Goncharov, entre otros, así como en la filmografía de Fellini. Adelantamos aquí un extracto del artículo que se publica íntegramente este sábado ABCD. (http://www.abc.es/abcd)

Notas sobre la pereza

Saligia. La imagino como un esperpento de Fellini, voluminosa y carnosa, que se bambolea cuando ríe. La cámara cae hacia ella y ofrece su inmenso pecho. Tiene una mala dentadura y un pelo negro grasiento y estirado hacia atrás en una coleta. Si estuviera esculpida, el artista tendría que ser el colombiano Fernando Botero. Aterroriza a los chicos adolescentes, quizás en Rímini, o en una ciudad parecida, pero esos mismos adolescentes también se sienten inexorablemente atraídos por ella, por el perfume de sus poderosos pechos. Les inicia en los misterios de la carne y sus hermanas son Cabiria y Volpina y el resto. Alarga sus brazos hacia nosotros y estamos perdidos.

Probablemente nació en el siglo XIII y aparece impresa en 1271, en la «Summa Hostiensis», obra de un tal Henricus de Bartholomaeis, un hombre del puerto de Ostia, donde, siglos más tarde, la prostituta Cabiria ejercería su oficio por la noche en la película de Fellini. Bartholomaeis creó a Saligia mediante la revisión del orden tradicional de los siete pecados capitales, orden que se estableció en el siglo VI d. C. en la «Magna Moralia» de Gregorio el Grande: Superbia, Invidia, Ira, Avaritia, Accidia, Gula, Luxuria. Soberbia, Envidia, Ira, Avaricia, Pereza, Gula y Lujuria. Estos son sus siete elementos, pero en la relación de Gregorio –SIIAAGL– todavía no se la distingue. Es Bartholomaeis quien le da la vida recomponiendo su ADN. Es su Crick y Watson, su Pigmalión. Soberbia, Avaricia, Lujuria, Envidia, Gula, Ira y Pereza: esto que percibe el hombre de Ostia es la secuencia que descifra su código genético. Superbia, Avaritia, Luxuria, Invidia, Gula, Ira, Accidia: el acrónimo trae a Saligia a una vida intensa y palpable.

Saligia. Los siete pecados capitales fundidos en uno. Y el mayor y el peor de todos ellos, al que se le concede el derecho de cerrar el espectáculo –el último lugar, el lugar más deshonroso–, es la pereza. Accidia, también conocida por Acedia o Pigritia, y sus oscuras acólitas, Tristitia, la Tristeza, y Anomie, una erosión del alma. Fellini, por supuesto, es el artista supremo de la pereza debilitadora. Su protagonista es, casi siempre, alguna clase de vitellone, un holgazán, a veces pobre y a veces próspero, pero siempre un inútil, cuya máxima encarnación es el Mastroianni de «La Dolce Vita» y «8 1⁄2», distante, melancólico, a la deriva, pasivo, perdido. Ahí va, Marcello el de los ojos cansados, guapo y débil, con un cigarrillo en la mano y una mujer a su lado, una mujer a la que está en trance de perder. Deambula por la Via Veneto, baja por los sucios callejones y sube otra vez hasta el mundo de la vida dulce, hasta las casas de los ricos. Vaga por lentas y decadentes fiestas, poseído por la inactividad, por la incapacidad de tomar decisiones o de avanzar en su vida, una parálisis del espíritu. Una estrella de cine embriagadora, etéreamente deseable, tontea a su lado en la Fontana de Trevi; él intenta surgir de las profundidades de su apatía para seducirla, pero fracasa, y todo lo que consigue con sus esfuerzos es que el novio de ella le dé un puñetazo en la cara, y se lo merece. A su alrededor, en los salones y restaurantes y en la ciudad nocturna del fotógrafo depredador Paparazzo, deambulan los oriundos de su mundo falto de afecto, las aburridas bellezas con expresiones vidriosas y peinados perfectos. Estas encarnaciones de la Pereza no sólo están malditas. Ya están en el Infierno, bailando entre las llamas con Saligia....

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La mano que mece la cuna

Pocos se inquietaban al oir el traqueteo del tren de Auschwitz


Resultan inevitables las comparaciones entre el genocidio nazi y el aborto libre, aprobada esta semana en el ¿Senado?. Por un lado, se decide que hay vidas inferiores que hay que eliminar: judíos, deficientes mentales, tarados (en el caso nazi); fetos en el vientre materno, algunos de ellos deficientes y tarados (en el caso español).

Por otro, la sociedad miraba para otro lado y pocos se inquietaban cuando oían trenes en la madrugada con los vagones llenos camino de Auschwitz. Los verdugos no llevan capuchón, sino bata y fonendo o son senadores y diputados de partidos supuestamente civilizados como el PSOE y supuestamente cristianos como CiU o PNV… aunque quizá esto último sea mucho suponer.

E incluso mujeres. Y ahí llegamos al quid de la cuestión. El totalitarismo era cosa de hombres (ya saben: más expeditivos, menos sensatos, que van a lo que van). La mujer ha sido, desde el Paleolítico, la que ha transmitido y conservado la vida, la que ha mecido la cuna de la civilización, mientras el hombre salía a cazar mamuts, a hacer razzias sangrientas o a conquistar América.

Pero eso cambia en el siglo XX: cuando la píldora separa el placer de la procreación, acierta en la línea de flotación del matrimonio y saca de su quicio a mujeres y a hombres. Los polvos de mayo del 68 han traído los lodos del aborto. La revolución sexual no era inocente. Se llevó por delante no testas coronadas, como en 1789, sino bebés en el seno materno y franqueó la puerta a viejos lobos que creíamos olvidados en la Europa de la Declaración Universal de los Derechos Humanos: los totalitarismos.

El Senado español ha sido escenario de otra invasión en toda la regla, a través de la nueva ley del aborto. Una carnicería y un sustancioso negocio. No era casual que un senador socialista sea presidente y fundador de una clínica abortista.

La historia no es nueva. La empresa alemana Degesch, fabricante de pesticidas que elaboraba el Zyklon-B, duplicó sus dividendos entre 1942 y 1944. Diez millones de euros anuales ganan los laboratorios con la píldora poscoital. Schering se enriquece comercializando en España la píldora abortiva RU-486. Y una red de clínicas en permanente expansión (desde El Bosque hasta la Dator) ingresa millones de euros practicando abortos.

Resultado: mientras médicos y farmacéuticos hacen caja, miles de vidas se destruyen cada año, a razón de un aborto ¡cada cinco minutos! Dos millones de vidas truncadas en España, desde que hace 20 años se despenalizó el aborto (responsabilidad del PSOE y complicidad ulterior de los Gobiernos del PP). Y dos millones fueron exterminados en Auschwitz.

Afortunadamente no todos los políticos españoles se han vuelto locos. Hay senadores populares que se han batido el cobre en contra del proyecto, y plataformas ciudadanas que emulan a Rosa Blanca y otros grupos de resistencia que plantaban cara al nazismo. Y una inmensa mayoría de ciudadanos que, a diferencia de los alemanes de 1940, no vuelven a conciliar el sueño al oír traqueteos cada madrugada. (pijamapara2@hotmail.com)

Alfonso Basallo, periodista de Intereconomía, padre de familia y autor del libro Pijama para dos

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Mandela contra Lucifer

Usted se considera una buena persona. Seguramente comete pequeñas travesuras: miente a su jefe, tira las servilletas al suelo del bar, acelera cuando el semáforo se pone en ámbar... pecados veniales que quedan compensados en su balance de conciencia porque recicla la basura, cumple en el trabajo y da los buenos días en el ascensor. Y sin embargo...

Permítanme que les presente a Philip Zimbardo, un psicólogo social que estudia cómo los grupos sociales en que estamos insertos influyen, condicionan, determinan nuestra manera de actuar. En 1971 realizó un experimento con sus estudiantes de Stanford, chicos normales y sanos, si acaso un poco más inteligentes que la media. Fueron encerrados en una prisión virtual, situada en los sótanos de la Universidad, y a unos les tocó ser presos y a otros, carceleros. Pues bien, el experimento tuvo que ser cancelado rápidamente porque los estudiantes-guardias se volvieron sádicos y torturadores en apenas una semana.

A esta terrorífica e inconsciente influencia del ambiente social en nuestra conducta y forma de pensar la denominó Zimbardo "el efecto Lucifer". Si, estimado lector, acaba de pensar que a usted no le pasaría, entonces está perdido: el primer paso para caer en la tentación es creer que se tiene fuerza para resistirla. El Diablo, Lucifer, es malvado: malo y astuto, retorcido como una serpiente le susurrará al oído que lo de la maldad banal, como los accidentes de tráfico, es algo que siempre les sucede a los demás.

La tesis de Zimbardo viene a ser una combinación de las propuestas antropológicas de Aristóteles, Ortega y Gasset, Freud y Sartre. Los dos primeros establecieron la esencia social de nuestra especie, que se hace humana (¿demasiado humana?) en el entramado social. De ahí que dijeran aquello de "El hombre es un animal social" y "Yo soy yo y mi circunstancia". Freud y Sartre complementaron la hipótesis social de la naturaleza humana postulando que la dimensión social nos ocasionaba roces y choques con los demás que nos provocaban lo que el médico vienés denominaba "el malestar de la cultura", metafóricamente transformado por el literato francés en "El infierno son los otros". Vuelve a hacer su aparición la dimensión luciferina.

El subtítulo del libro de Zimbardo es "Cómo la gente buena se vuelve mala". A toda esa gente buena que haya llegado hasta aquí le convendría leerlo. Constituye una vacuna contra la inocencia, pérfida a fuer de estúpida. Thomas de Quincey lo enunció en forma de paradoja:
Si uno comienza por permitirse un asesinato pronto no le da importancia a robar, del robo pasa a la bebida y a la inobservancia del Día del Señor, y se acaba por faltar a la buena educación y por dejar las cosas para el día siguiente.
Sin embargo, ¿qué pasa con los que nos sabemos malos a priori, con los que somos pesimistas antropológicos porque nos conocemos demasiado bien y no nos hacemos ilusiones, aunque no nos resignamos a nuestra condición de hijos de Caín? Pues que… ¡hay esperanza para nosotros! Lo que podríamos denominar "El efecto Mandela".

Clint Eastwood nos muestra en su última película, Invictus, cómo Nelson Mandela consiguió lo que parecía imposible: que las comunidades blanca y negra de Sudáfrica olvidaran sus rencores, sus prejuicios, sus odios ancestrales, sus ganas de venganza y se unieran en un proyecto común de libertad y prosperidad, dejando atrás recriminaciones e insultos. No era fácil. Los negros habían sufrido la opresión criminal del apartheid de los blancos que se creían los dueños del país. Los blancos, por su parte, se negaban a olvidar el pasado terrorista de Mandela y su organización, el Congreso Nacional Africano. Si cada una de las dos comunidades se hubiera empeñado en su propia Memoria Histórica, asumiendo maniqueamente el lugar de los buenos de la historia y satanizando a la otra, el desenlace hubiera sido seguramente una guerra civil.

Bajo el benéfico, inmenso y carismático influjo de Nelson Mandela, que predicó con el ejemplo, la comunidad negra aceptó como propia a la selección nacional de rugby, coto casi exclusivo de los blancos. Y los blancos del equipo comprendieron la misión histórica que el presidente puso sobre sus espaldas en el Mundial de rugby de 1995, celebrado precisamente en Sudáfrica. Todo esto lo cuenta Eastwood con su proverbial pulso cinematográfico, con majestuosidad exenta de sentimentalismo y demagogia populista, en un relato cinematográfico que lo pone a la altura de Griffith y John Ford cuando cantaron con voz queda a otro gran presidente que fue capaz de unir a un país: Abraham Lincoln.

La última película de Eastwood –la pareja protagonista, Morgan Freeman y Matt Damon, optan al Óscar– muestra, como ha señalado Miguel Marías, que no sólo cabe el cine épico, también un arte consagrado a la ejemplaridad pública, al liderazgo moral, esa dimensión de la actividad cinematográfica-política en la línea de lo que reclama el filósofo Javier Gomá. Se podría subtitular perfectamente "Cómo la gente mala se vuelve buena". Con una contundencia formal en la que la épica se sirve tal cual, sin los falsos aditamentos líricos de violines y cámaras lentas con que suele venir adulterada, Invictus es, de todas las películas estrenadas últimamente, aquella en la que más puede reposar la mirada sobre la pantalla convertida en un gran lienzo, en la senda de los pintores americanos, de Gilbert Stuart a John Singer Sargent, que retrataron la fíera calma del Oeste americano.

La lucha entre Lucifer y Mandela seguirá aquí, ahora y por los siglos que dure el experimento humano. Y no se fíen de las apariencias. Suscribo la tesis del cardenal Buffi: el Anticristo se presentará como un tipo vegetariano, pacifista y partidario del diálogo. No señalo a nadie.


INVICTUS (EEUU, 2009). Director: Clint Eastwood. Guionista: Anthony Peckham, basado en el libro de John Carlin El factor humano. Fotografía: Tom Stern. Intérpretes: Morgan Freeman, Matt Damon, Marguerite Wheatley, Bonnie Henna.

Santiago Navajas

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La homeopatía es mala ciencia

La homeopatía es "científicamente inverosímil" y no resulta más eficaz que un placebo. Los fabricantes de remedios homeopáticos no deben hacer afirmaciones médicas en sus etiquetas, y "creer que la existencia de una comunidad que considera que la homeopatía funciona es evidencia científica resulta desafortunado". Estos son algunos de los demoledores resultados del último informe elevado desde el Comité de Ciencia y Tecnología del Reino Unido al Parlamento británico.

Los expertos que han formado parte del estudio consideran que no hay razones científicas para seguir financiando con dinero público los tratamientos homeopáticos, dada su absoluta carencia de validez terapéutica demostrable.

La frase final del trabajo no puede ser más contundente: más allá de cuestiones éticas, y de la integridad de la relación médico-paciente, "recetar sólo placebos es practicar mala medicina".

Sorprende la crudeza del informe si se tiene en cuenta que el Estado británico apenas invierte 173.000 euros anuales en este tipo de remedios: una minúscula porción del presupuesto sanitario, para unos; un derroche innecesario para quienes creen que un producto homeopático no es más que agua.

La noticia llega en un momento en el que en España se hacen esfuerzos ímprobos por regular la práctica de las llamadas medicinas alternativas. Y se hace, como tantas otras cosas, desde el marasmo y la confusión propios de nuestro endemoniado sistema sanitario. La comisión encargada de validar el uso de estas técnicas terapéuticas está formada por el Ministerio de Sanidad, la Agencia de Evaluación de Tecnologías Sanitaria y 14 comunidades autónomas. Todos ellos deben pensar qué hacer con los más de 60.000 profesionales de la salud que practican en nuestro país algún tipo de terapia no oficial, desde la acupuntura, el yoga o la reflexología hasta el reiki y la homeopatía.

Este tipo de perfiles profesionales nada en la indefinición desde tiempos inmemoriales. Bajo la etiqueta de terapeuta, uno puede encontrarse igual a un médico cirujano convencido de las bondades de la acupuntura que a un técnico sin preparación médica oficial que dice aliviar docenas de males aplicando flores de Bach o masajeando la planta de los pies. En 2007 la Generalidad catalana trató de poner orden en el caos mediante un decreto sobre naturopatía, homeopatía acupuntura, quiromasaje y otras técnicas. Para practicarlas se exigía solamente un título de Formación Profesional. Afortunadamente, el Tribunal Superior de Justicia dio la razón a los médicos oficiales, que reclaman que las prácticas terapéuticas sean de la exclusiva competencia de los titulados.

El único camino seguro para curar a los enfermos es la ciencia. Y para que no haya ninguna duda de que las acciones terapéuticas se realizan con conocimiento científico es necesario estudiar Medicina. La realidad es que, hoy por hoy, convertirse en sanador es tan fácil como acudir al ayuntamiento de turno y pedir una licencia para abrir un local parasanitario.

Para el paciente el lío es fenomenal, habida cuenta de que hay médicos que abrazan esas otras vías médicas y médicos que las condenan por absolutamente ineficaces.

La literatura científica ha dictado sentencia en muchas ocasiones: hay una aplastante mayoría de estudios que certifican que la bondad de la homeopatía, la reflexología y el reiki no va más allá de la de cualquier placebo. Poner nuestra salud en manos de una persona que sólo pretende curarnos con estas prácticas y que además carece de conocimientos universitarios en fisiología o anatomía es una solemne estupidez.

Pero es a nuestro Ministerio de Sanidad al que corresponde poner el cascabel al gato. Sesenta mil profesionales, a los que acude al menos una vez en su vida el 25 por 100 de la población española, es un mercado demasiado goloso como para esperar valentía. ¡Si al menos tuviéramos comités como el británico!

Jorge Alcalde

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Primer cementerio de Atenas

Este no es un recuerdo antiguo, pero constato que mi memoria de hechos recientes también flaquea, así que lo incluiré en esta serie. Hace meses, antes de ir, escribí en el blog sobre ello, con este mismo título, y luego pude visitarlo. Es el principal y mayor cementerio de Atenas, enorme, donde están enterrados muchos de sus héroes nacionales modernos.

No sé si tendrá que ver con ello, pero pocos días antes tuve un extraño sueño, casi una pesadilla: iba con alguien más, no sé quién, y llevábamos un perro para cazar liebres. Una de estas salió corriendo y saltando, pero el can la atrapó. El perro era muy raro, se parecía él mismo a una liebre también, y su presa no lo era menos: tenía una especie de melena que le caía sobre la cara y se la tapaba. Ya apresada, temblaba convulsivamente, presa del terror. El can le apartó con cuidado la pelambre sobre la cara, que era casi humana, pero aplanada, y a continuación, con ademán experto, le hincó un colmillo en un lado de la cabeza, y la liebre dejó de temblar y pareció morir instantáneamente. De mí se apoderó una compasión intensa, dolorosa, y trataba de acercarme a los dos animales, pero una y otra vez numerosas avispas en el aire me impedían llegar a ellos. Entonces desperté.

Ya en Atenas, miramos el plano para llegar por el camino más corto desde la plaza Sintagma, bajamos por las avenidas Amalia y Singrú, al lado de la puerta de Adriano y de las ruinas del templo de Júpiter, hasta llegar a la calle Karea. Desde Singrú fue un paseo incómodo, pues, aunque el cementerio está muy cerca del centro, la ciudad está hecha de tal modo que incluso esas zonas tienen a veces aspecto suburbial. Karea es una calle ancha, sin apenas aceras, con un tráfico endiablado y ruidoso, en especial las numerosas motos. El pavimento de las calles atenienses es duro, pese a estar asfaltado, y vuelve más ruidosa la circulación. Fue un día caluroso, aunque el calor iba cediendo según atardecía, y temíamos encontrar cerrado el cementerio. Tuvimos suerte.

Cruzamos la puerta, detrás de la cual se abre una avenida con gran número de tumbas, mausoleos y esculturas a un lado y otro, y de la que salían senderos entre cipreses, también pinos y algunos otros árboles, como olivos. El lugar es muy grande, y uno puede hasta perderse dando vueltas por él. Lola tenía interés sobre todo en encontrar la tumba de Schliemann, el descubridor de Troya. Nos dijeron que estaba muy visible, en alto, un mausoleo de estilo clásico, entrando a la izquierda, pero no dábamos con él, porque había cerca otros de estilo parecido. Casi a sus pies, bajo un muro, se alza una pilastra con un relieve, terminada en palmeta, sobre la tumba de Melina Mercuri, y muy cerca se encuentra la de Andreas Papandreu. Unas mujeres, seguramente cuidadoras del lugar, pasaron con unos cubos y rastrillos; por lo demás, no había ningún o casi ningún visitante. Optamos por pasear a lo largo de los sombríos senderos entre sepulcros, panteones y altos cipreses. "¡Qué sensación de paz!", comentó Laura. Encontramos la de Teodoros Kolokotronis, un gran héroe de la guerra de independencia griega contra los turcos, cuya estatua estaba muy cerca de nuestro hotel, próximo también a la plaza Sintagma. El apellido se prestaba en español a bromas tontas y entonces apenas sabíamos de quién se trataba.

Había otras de soldados caídos en acción, y la escultura más famosa y bella, La doncella dormida, llena de aquella melancolía tan perceptible en algunas conmovedoras estelas funerarias de la Grecia clásica, en que una mujer sentada, dando la mano a otra de pie, se despide de la vida para ingresar en el reino de las sombras. El escultor, Yanulis Jalepás, dedicó la obra a Sofia Afentaki, una joven fallecida en 1877, a los dieciocho años, de quien no supimos otra cosa, y de quien ha quedado así memoria, al menos de su nombre. Los nombres, en su mayoría, no nos decían nada, claro está, y no coincidimos con el de Yorgos Seferis, que sí habríamos reconocido. Yo tenía interés por encontrar el sepulcro de Manos Jallidakis (o Hadjidakis o Hatzidakis), el más famoso compositor griego moderno junto con Teodorakis.

Volvimos sobre nuestros pasos. A la entrada, en un banco de piedra junto a una pared, se sentaban a la sombra un pope y una mujer. Laura preguntó a la mujer por la tumba de Schliemann, y ella, visiblemente encantada de que le hablaran en su idioma, nos acompañó: habíamos pasado junto al mausoleo varias veces, pero no nos habíamos fijado en la inscripción, que se veía mal. Era un bello templete dórico, acorde con la veneración del descubridor de Troya por la Grecia antigua. En él yace también su esposa, Sofía, y la hija de ambos, Andrómaca. Hice preguntar a la señora por el sepulcro de Jallidakis, pero, para mi sorpresa, no sabía quién era y no pudo indicarnos.

Recordaba un vídeo donde aparecía Jallidakis con Melina Mercuri, unas escenas un tanto decadentes, al lado de un fuego de hogar, tarareando la canción "O Kir Antonis", el señor Antonio o el señor Adonis, no sé muy bien. La letra habla de Antonis, un viejo pobre y desaliñado, siempre con una flor en sus viejas ropas, que sólo posee una cama, una jarra y abundante vino, y que vive en un patio. Es muy querido por sus amigos, que revolotean en torno a él como pájaros o niños, perdonan sus enojos y contemplan juntos las estrellas. Antonis suele ir pronto a dormir, para vivir en sueños lo que nunca vivió en la realidad, y al llegar la aurora se siente triste. Una mañana le esperan a la puerta, pero él ya no sale ni volverá a salir por su pie, pues ha decidido irse para siempre al mundo de sus sueños.

El contraste entre el vídeo, donde actúan dos personas vivas, y el conocimiento de que ellas están aquí, bajo tierra, es decir, está lo que reste de ellas, completamente ajenas a lo que fueron, resulta psicológicamente chocante. ¿Qué es la realidad? Nos parece sólida, y sin embargo el tiempo la está cambiando sin cesar, y finalmente destruirá no solo lo que nos parece firme, también a aquellos a quienes nos parece firme y opinamos o indagamos sobre ella. ¿Qué decir, qué pensar de tal cosa? Es un enigma abrumador.

Se hacía tarde y salimos, volviendo al centro por calles más civilizadas que a la ida, y terminamos cenando en una terraza de una plazuela no sé si de Plaka o de Anafiótika. El lugar estaba lleno de gente que comía o paseaba, y frente a un local próximo, en un estrecho espacio, bailaban danzas griegas varias chicas y dos hombres, como atracción de un restaurante. La canción más repetida era "Los niños del Pireo", de Jallidakis. Las calles inmediatas estaban llenas de tiendas de recuerdos para turistas, a menudo con frases en inglés. Una camiseta decía: "Evite la resaca, permanezca borracho". El lugar estaba lleno de vida, de lo que llamamos vida por así decir en tránsito.

Pío Moa

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Europa socava sus pilares

La UE institucional está minando los cimientos de la construcción política de Europa: libertades y derechos humanos.

España no está sola en la vanguardia del relativismo moral que arruina la percepción cívica de tales principios capitales. El caso de Orlando Zapata Tamayo ha ilustrado con crueldad la tragedia del eclipse diplomático y moral de España en las Américas. La cínica complacencia gubernamental hacia la tiranía cubana, el caudillismo populista venezolano y el indigenismo ¿neo-racista? boliviano, priva a toda Europa de ojos y voz ante inquietantes realidades.

El ocaso de la influencia moral de España en las Américas es un problema estrictamente nacional. El activismo diplomático español, en Europa, por el contrario, no solo divide y pudre la herencia europea más preciosa: priva a la UE de cualquier posibilidad de acción, en defensa de sus viejos principios caídos de hinojos en la tumba del relativismo moral.

La nueva «arquitectura» institucional de la UE favorece más el cínico relativismo ético. La presidencia (Van Rompuy) no tiene nada qué decir ante tales derivas morales. La presidencia rotativa (Zapatero) es víctima de su propia insignificancia aleatoria. La Alta Representante de Política Exterior (Catherine Ashton) es una mujer muda e invisible.

Juan Pedro Quiñonero

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El juez del Gobierno

Cuando un Gobierno se toma, a través de la Fiscalía, tantas molestias para salvar a un juez sospechoso nada menos que de varios delitos en tres procesos completamente diferentes, cabe deducir que el juez presenta un interés o una utilidad extraordinarias para dicho Gobierno. O que la impresionante campaña pro-Garzón de la izquierda no responde únicamente a un sentimiento de solidaridad e identificación ideológicas con el presunto delincuente, error que podemos cometer al valorar la movilización de la prensa progubernamental en su favor.

Que Garzón pasó de juez a líder ideológico es evidente desde hace tiempo. Y mucho más ahora que los medios de la izquierda han perdido todos los autocontroles y se han lanzado a una enloquecida defensa del juez, al margen de cualquier consideración sobre las acusaciones judiciales que penden sobre él. Indiferentes a si ha delinquido pues lo habría hecho por una buena causa ideológica.

Pero Garzón parece aún más que eso. Porque más llamativa es aún la apasionada implicación del Gobierno en la defensa de un juez sometido a tres procesos judiciales, cuando lo esperable en un Estado de Derecho es que se quedara exquisitamente al margen. Una implicación que sólo sirve para fortalecer las sospechas sobre las connivencias entre el juez y el Gobierno tanto en los procesos relacionados con la negociación etarra como con el caso Gürtel. O las sospechas sobre la existencia de una trama Gürtel que no es precisamente la de los imputados o de una trama Faisán que tampoco es la de los etarras. Como si el «buen fin» de ambos procesos dependiera de Garzón más que de las leyes y de los hechos.

El Gobierno y la izquierda han convertido a Garzón en una causa política. Lo que es una forma de admitir que la labor del juez en los últimos años era más política que judicial. E incluso más gubernamental que judicial.

Edurne Uriarte - Catedrática de Ciencia Política de la Universidad del País Vasco

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«España no existe»

Un castizo con un «spray» de oro ha hecho junto a la fachada del Cuartel General del Ejército una pintada que es el epigrama definitivo: «España no existe».

Pudo escribir «Romanos idos a casa», como el de «La vida Brian», pero ha escrito que España, la España que Zapatero y sus tetones han puesto en manos del doctor Coué, no existe.

-Una escritura escrita está en su sitio -tiene avisado ese Sombrerero Loco sevillano que es José Luis Castillejo-. Una escritura no escrita está en cualquier sitio.

Ya los Verdes querían convertir ese palacio de Cibeles en la Casa de la Democracia: ¿el derecho de las pulgas a habitar en la piel del león? Por el sitio, pues, un «España no existe» quizás sea la alternativa al «Todo por la Democracia» propuesto por Bono el Piloso en sustitución del «Todo por la Patria» del fascismo horaciano, según el cual era dulce y honorable morir por la patria. Pero morir por la democracia es, según descubrió Foxá, como morir por el sistema métrico decimal, y un «grafitero» con la navaja de Ockham ha cortado por lo sano:

-España no existe.

Antes, el único que en España no existía era Dios, que así se votó en el Ateneo. Pero ahora, y así se viene votando en las Cortes, descubrimos que tampoco existe España. «España, un enigma histórico», tituló su grande obra don Claudio Sánchez-Albornoz, que nos invitaba a meditar sobre el pensamiento de Ibn Hazm de Córdoba, un sabio que pensaba de España lo mismo que el Dómine Cabra de la olla.

-Cierto que no hay tal cosa como la olla, digan lo que dijeren; todo lo demás es vicio y gula -decía Cabra.

-Lejos de mí la perla de la China; me basta con el rubí de España -decía Ibn Hazm.

Y, si España no existe, ¿quiénes son los españoles? Pues los mismos que dijo Cánovas: españoles son, primero, los franceses, que son unos españoles con dinero, y luego, los que no pueden ser otra cosa. Es decir, los de la boina, cráneo blando y de repuesto para esta raza de cráneos resistentes, como la describió Pemán, que recordaba haber visto de chico, en un tren a Granada, cómo el demagogo Sol y Ortega -el Bono de la época-, que viajaba con él en su mismo coche de primera, al llegar a su estación de destino, donde iba a celebrarse el acto político, se quitó la corbata, se pasó a un coche de tercera clase y cambió su sombrero por una boina.

-Estamos aplicando el viejo reglamento del polo, que era para ocho caballos, cuando en el campo están jugando dos escuadrones de caballería -le dijo en la Pampa un inglés a Foxá, comentando la incorporación de las masas a la política.

Cuando los diputados se calan la boina, es que van a pedir más dinero. Y la democracia era al revés: un candidato podía pedir su voto a un elector porque el elector podía pedir dinero al candidato. Vale que no exista la vieja España. Pero ¿cómo viviremos sin la vieja democracia?

Ignacio Ruiz-Quintano

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Cancioncilla del niño que no nació

Joaquín Manuel Montero, teniente de alcalde de Paradas (Sevilla), ha solicitado la baja como militante del PSOE, después de que se aprobara en el Senado la ley del aborto impulsada por el Gobierno. De este modo, culmina una andadura personal que, en los últimos tiempos, lo había impulsado a brindar su testimonio en defensa de la vida ante diversos foros e instancias. Alguien podría calificar su gesto de quijotesco; y, en efecto, lo es: quijotesco en el sentido profundamente moral de la palabra, que es el único sentido que la palabra debería tener. Pero en todo gesto quijotesco hay un componente de sacrificio, de inmolación personal, que nuestra época, profundamente amoral, aborrece; y, aunque disimula tal aborrecimiento con una carcajada cínica o un rictus desdeñoso, en el fondo odia al quijote que es capaz de ese gesto, porque siempre se odia aquello que no se puede alcanzar.

De Montero, en unos días, nadie se acordará; y entonces la magnífica gallardía de su gesto aparecerá ante los ojos de nuestra época como inútil y desquiciada. Incluso quienes ahora, desde la derecha, aplauden su «coherencia» se habrán olvidado de él, tal vez porque lo único que de su «coherencia» les importa es el daño que pueda hacerle al adversario ideológico; y puede, incluso, que Montero les resulte a éstos aún más odioso que a los propios socialistas, pues de algún modo les recuerda que, durante los ocho años que gobernaron, permitiendo abortos a mansalva, entre sus filas no hubo nadie «coherente» que hiciera lo que Montero acaba de hacer desde la militancia socialista.

A mí el gesto quijotesco de Joaquín Manuel Montero me parece de una nobleza y de un coraje sobrehumanos; también me parece un signo evidente de la imposibilidad de defender postulados antropológicos desde posiciones ideológicas. Suele decirse que el aborto no es una «cuestión ideológica», en el sentido de que se puede ser de izquierdas o de derechas y ser contrario al aborto (lo cual conlleva que también se puede ser favorable, con independencia de la ideología). Yo más bien diría que el aborto no es, en efecto, una «cuestión ideológica», porque la ideología acaba, tarde o temprano, expulsando de su seno a quien defiende la vida, como ocurre en la izquierda; o bien acaba «asfixiando» esa defensa, hasta hacerla inaudible, como ocurre en la derecha. En uno y otro caso, se cumple aquel principio natural que nos enseña que, allá donde disminuye lo vivo, aumenta lo automático. La ideología nos abastece con automatismos del pensamiento que agostan lo que hay de vivo dentro de nosotros, dificultando un pensamiento antropológico que, tarde o temprano, es asfixiado o expulsado.

A veces, como flores de invernadero, aparecen en la política personas como este Montero, cuya adhesión a lo vivo es superior a su adhesión automática a las consignas de tal o cual partido. Son personas que nos permiten albergar una esperanza en la supervivencia de lo humano, ante la trituradora de las ideologías. A Montero quisiera dedicarle este hermoso poema de Federico García Lorca, titulado «Cancioncilla del niño que no nació»; está recogido en su libro Suites, y demuestra que, en efecto, la adhesión a la vida no es una «cuestión ideológica», sino una vocación natural en cualquier persona sensible: «¡Me habéis dejado sobre una flor / de oscuros sollozos de agua! / El llanto que aprendí / se pondrá viejecito, / arrastrando su cola / de suspiros y lágrimas. / Sin brazos, ¿cómo empujo / la puerta de la Luz? / Sirvieron a otro niño / de remos en su barca. / Yo dormía tranquilo. / ¿Quién taladró mi sueño? / Mi madre tiene ya / la cabellera blanca. / ¡Me habéis dejado sobre una flor / de oscuros sollozos de agua!»

Gracias, Joaquín Manuel Montero, por revolverte contra quienes taladran tantos sueños.

Juan Manuel de Prada

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Ética, religiones y mujeres

Las religiones han sido, y todavía son en muchos lugares, los principales vehículos normativos. En todo el planeta son tan ahora relevantes como nadie hace dos décadas habría imaginado. En paralelo, y también en nuestras sociedades ricas, estables y abiertas, la ética es el tipo de filosofía que toma cada vez mayor cuerpo. Va de suyo pensar que una cosa esté relacionada con la otra ¿Qué tiene que ver ese espesamiento del discurso ético con la multiplicidad religiosa y la necesidad de convivencia de credos distintos en sociedades globalizadas? Desde el Siglo Ilustrado, la ética, que Kant decantó, ha mostrado ser uno de los resortes más eficaces para producir innovación en el campo de los mandatos morales. Sin embargo, las religiones, por si alguien lo pensó algún día, no van a desaparecer. Puede que las democracias sean religiosamente indiferentes, pero arrastran el fuerte peso de la tolerancia religiosa.

El principio de tolerancia tiene origen precisamente en el mejor manejo que de las creencias religiosas quiso hacer el estado moderno, superadas las guerras religiosas. Holanda y Zelanda fueron las primeras en formular ese principio por el cual toda religión será tolerada siempre que no altere la paz civil. Tolerada e incluso protegida. Pero eso significa que cada creyente, en tanto que ciudadano, se compromete a acatar las leyes compartidas. Admite, por así decir, un común terreno de juego. Encontrar un mínimo compartido de normas o de valores en una sociedad que a la vez admite formas de vivir diversas, no es fácil. Hay que acordar principios entre actores que pueden no compartir trazos muy gruesos de prácticas morales. Y no llegamos todavía a conocer cuánto pueda estirarse la idea de tolerancia sin romperse. La tolerancia, actualmente, se ha salido además de su cauce inicial, religioso, porque nos es requerida también para «aceptar la diversidad». Y esto puede producir profundas perplejidades a algunos individuos.

Si admitimos formas de vida diferentes que tienen que ser respetadas ¿por qué no admitimos también las normativas de cada religión en su totalidad y no las respetamos como derechos a la diferencia? Si en nuestras sociedades hay divorcio ¿Por qué no admitimos la poligamia? Si alguna juventud se hace peircings ¿qué tiene de malo la ablación? Si la voluntad individual fundamenta la conducta recta ¿por qué no admitir todo lo que venga de ella, burkas incluidos? Estas son tres preguntas que nos llevan al centro mismo del conflicto normativo: Cómo respetar la universalidad cuando declaramos que respetamos la diversidad. Pero se puede llegar más lejos.

¿Por qué las gentes, aunque vivan juntas, han de pensar lo mismo y mantener valores homogéneos? ¿No es mejor que todo valga y que, simplemente, no nos mezclemos? Juntos pero diversos. A cada cual se le aplique su ley. Esta es la interpretación que de la tolerancia hace el multiculturalismo. Nuestras sociedades pueden aspirar a ser cosmopolitas, no internacionales, y, por lo tanto, que florezca la diferencia y cada uno se ocupe sólo de lo suyo. Del multiculturalismo al relativismo no hay ni siquiera un paso.

Por lo demás, no habría de qué asustarse. Todas las formas religiosas comparten tramos normativos relativamente homogéneos. Todas prohíben parecidas cosas: el robo, el asesinato, la calumnia. Y todas norman el sexo. Han sabido hacerlo durante siglos. Tienen sus textos sagrados que las inspiran y sus revelaciones particulares. Hay entre ellas mayores acuerdos de los que sospechamos. Que entre ellas se entiendan, como pensó que era la solución Pico de la Mirandola. Era imaginativo, pero, obviamente, no pudo ser. Europa se vio sumergida en el mar de sangre y sufrimiento que las guerras de religión abrieron tras la Reforma. La mutua tolerancia ha sido fruto de la prevalencia del Estado.

Es bien cierto que la mayoría de las religiones aplican normas básicas similares. Son normas fuertes y elementales sin cuyo cumplimiento ningún grupo humano habría sobrevivido. Los ejemplos del robo, el asesinato o la calumnia son sólidos. Todas las sociedades y, en consecuencia, sus religiones prohíben lo mismo. Sin embargo no lo prohíben universalmente. Cuando los credos no vivían juntos, sino que reinaban como monarcas cada uno en su grupo social y político, por lo común impedían estos males, pero hacia adentro. Con el extranjero, con el extraño con quien no se ha hecho ningún pacto, no hay reglas. Vale todo. Nuestros dioses no lo defienden. Esa es la dura dinámica más antigua de cualquier grupo humano.

A medida que las civilizaciones humanas fueron aproximándose en el espacio y por último compartiendo como ahora un tiempo común, cierto universalismo fue haciendo también esporádica aparición. Los mandatos se convirtieron en principios, esto es, normas abstractas de aplicación universal. Apareció la necesidad de los mínimos compartidos. Cada una de las que Duby llama globalizaciones limitadas produjo algunos de estos principios, tan dispares que van desde la regla de oro al principio de utilidad. Los principios coinciden con lo que solemos llamar normas éticas: meta-mandatos a partir de los cuales poder cribar las normas particulares de cada grupo, aprovechar lo mejor de ellas y deshacerse del resto. Se aprecia que tal trabajo sólo se hace necesario cuando una convivencia múltiple lo impone, como sucediera en el pasado y con mayor fuerza ahora que el proceso de globalización está culminando.

Pero tampoco todos los mandatos que vienen por el vehículo religioso tienen la misma entidad, aunque todos ellos sean supervivenciales. Los que norman el sexo resultan ser más abundantes, prolijos y complicados. Los acuerdos, en este terreno, son menores. Y, sobre todo, tales mandatos suelen ser diferentes para varones y mujeres en un monto considerable. No matar, no robar, no calumniar, son mínimos que no tienen sesgo de género; los tienen que cumplir las personas sean del sexo que sean. No es así con los preceptos directamente sexuales. Por tradición, -y en esto sí que el acuerdo existe-, las mujeres tienen especiales deberes de honestidad, al par que los varones se reservan mayores territorios de libertad. El sexo y la comida, además, son los objetos principales de otro tipo de órdenes, premorales, pero muy importantes, las de pureza. Y éstas también suelen tener género.

Pues bien, por dejar planteado el caso, nuestras democracias complejas son «sociedades de principios», con una abundante carga discursiva ética, y con su normativa de género debilitada, mientras que las sociedades tradicionales son lo que Lecky llamó «sociedades de vergüenza», regidas por órdenes de pureza, -magistralmente estudiadas por Mary Douglas-, y normas de género estrictas. Si estos dos tipos coinciden, colisionan. En tanto que las normas de género son la parte más divergente de las normas comunes, las mujeres están justamente en la línea de fractura. Son sus nuevas posiciones las que se han alcanzado mediante argumentaciones éticas. Y a la vez, las nuevas posiciones de las mujeres exigen innovar al discurso religioso; eso de nuevo las marca cuando éste se vuelve resistencial o inmovilista. Y durante esa colisión se produce toda una cacofonía, un ruido, en que el debate mezcla y confunde sistemáticamente órdenes, mandatos y principios; por tanto, argumenta desde posiciones inconmensurables. No por saberlo podemos quizá evitarlo, pero es nuestro deber para con el conocimiento contribuir a aclarar el campo.

AMELIA VALCÁRCEL - Catedrática de Filosofía Moral y Política de la UNED

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"Vidas rotas", memoria asegurada

Pocas veces un colectivo social ha conseguido sintetizar en tres palabras sus justas reivindicaciones, sus exigencias a los poderes públicos, a las instituciones, a la sociedad en general. En la pasada legislatura, la de la vergonzosa e inmoral negociación política de Zapatero con ETA, las víctimas del terrorismo lideraron lo que se conoció como "rebelión cívica" y al mismo tiempo resumieron sus aspiraciones en tres conceptos que escribo con mayúsculas, porque los peticionarios se lo merecen: Memoria, Dignidad y Justicia.

Vidas rotas. Historia de los hombres, mujeres y niños víctimas de ETA es un libro que contribuye, y de qué manera, a ese triple objetivo de las víctimas del terrorismo. Vidas rotas es algo más que un libro. Es el relato, víctima a víctima, persona a persona, de la gran pesadilla, del terrible drama que hemos sufrido los españoles desde que en 1959 naciera la banda terrorista ETA, cuyas siglas, paradojas de la vida, significan Euskadi Ta Askatasuna (Euskadi y Libertad), cuando lo único que ha conseguido esta banda de asesinos es sembrar en el querido País Vasco odio, miedo, destrucción y muerte.

Detrás de cada una de las 857 víctimas mortales del terrorismo de ETA había un proyecto de vida que fue truncado de manera cruel y miserable mediante la nunca justificable acción de la violencia. Las víctimas del terrorismo tienen rostro humano; eran padres, maridos, hijos, hermanos, abuelos o nietos. Lo que han hecho los autores de este libro –Florencio Domínguez, Rogelio Alonso y Marcos García Rey– es contar esas historias vitales, no solamente con rigor, sino, lo que es más importante, con alma, con corazón, con humanidad.

Reproducen los autores en el primer párrafo de la introducción unas palabras pronunciadas por una víctima del terrorismo, José María Múgica, hijo de Fernando Múgica Herzog, asesinado por ETA el 6 d febrero de 1996 en pleno centro de San Sebastián: "Se tiene que saber quiénes son las víctimas, sus nombres y apellidos, su historia anónima de persecución, de humillación y de ofensa. Y quiénes son los victimarios, que tienen sus nombres y apellidos, por qué están en la cárcel y qué es lo que hicieron. Hay que saber quién murió y quién mató". Estas palabras animaron a los autores del libro a acometer esa tarea que con tanta lucidez señalaba José María Múgica.

Vidas rotas era algo absolutamente imprescindible para poder seguir recorriendo con paso firme ese camino de la Memoria, la Dignidad y la Justicia que reclaman las víctimas del terrorismo. Y los autores han acertado plenamente con el enfoque de su trabajo. He tenido la oportunidad de trabajar durante seis años con Florencio Domínguez en la agencia Vasco Press. Sólo puedo decir cosas buenas de alguien que es un excelente profesional y mejor persona. Florencio es, con mucho, el periodista que más sabe sobre ETA en España. No sé si eso es un mérito, pero desde luego es una realidad que nadie discute. Y es también algo más: un ciudadano comprometido, como muchos otros, desde su esfera profesional con la causa de la libertad del País Vasco y, por ende, de España.

A Rogelio Alonso tuve la oportunidad de conocerle en el año 2003 en un seminario sobre prensa y terrorismo celebrado en Bogotá. Desde entonces hemos mantenido una magnífica relación personal. Rogelio es un experto en el terrorismo del IRA, y, desde que hace unos años se instaló en Madrid, su trabajo sobre el terrorismo en general y sobre las víctimas que éste genera ha sido ingente y de gran calidad. Al igual que Florencio, su compromiso con la libertad y con la noble causa de las víctimas del terrorismo es innegable. Al tercer coautor del libro –Marcos García Rey– no tengo el gusto de conocerle personalmente, pero el solo hecho de que haya trabajado en este proyecto junto a Florencio y Rogelio me resulta una garantía.

Vidas rotas es una obra, un trabajo imprescindible para cualquier estudioso del terrorismo de ETA y para los periodistas que tengan que escribir sobre estas cuestiones. Pero reitero que es algo más: es una magnífica contribución a la causa de las víctimas del terrorismo, a que se respete su Memoria y Dignidad y a que se haga Justicia con los asesinos de sus seres queridos. Vidas rotas contribuye también a ir saldando la inmensa deuda que tenemos todos los españoles con quienes son, sin ningún genero de duda, lo mejor de nuestra sociedad. Ya quedan atrás esos años de plomo, esos años del olvido, de la cobardía, de los funerales vergonzosos en el País Vasco, cuando los féretros eran sacados por la puerta de atrás de las iglesias y enviados a su lugar de origen –Castilla, Andalucía, Galicia, Extremadura, fundamentalmente– para ser enterrados.

En el final de ETA, que esperemos llegue más pronto que tarde, claro que tendrá que haber vencedores y vencidos. En el primer grupo estarán todas las víctimas del terrorismo, sus familiares y esa inmensa mayoría de la sociedad española que en los últimos años –sobre todo a raíz del asesinato a cámara lenta de Miguel Ángel Blanco, en julio de 1997– han sabido estar siempre junto a las víctimas. Y en el grupo de los vencidos figurarán no solamente los terroristas, sino quienes por acción o por omisión, voluntaria o involuntariamente, les han apoyado, justificado o disculpado. Vidas rotas contribuye a que esa historia se vaya escribiendo bien desde el principio.


FLORENCIO DOMÍNGUEZ, ROGELIO ALONSO Y MARCOS GARCÍA REY: VIDAS ROTAS. Espasa (Madrid), 2010, 1.000 páginas. Precio: 30 €. Los beneficios derivados de la venta de este libro irán a parar íntegramente a la Fundación Víctimas del Terrorismo // Pinche aquí para escuchar la entrevista que CARMEN CARBONELL y MARIO NOYA realizaron a FLORENCIO DOMÍNGUEZ en el LD LIBROS del pasado día 20.


CAYETANO GONZÁLEZ, periodista. Director del Observatorio Internacional de Víctimas del Terrorismo de la Fundación Universitaria San Pablo CEU.

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