quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Luciano Pavarotti (1935 - 2007)


" Penso che una vita per la musica sia una vita spesa bene ed è a questo che mi sono dedicato"


Os tenores Plácido Domingo e José Carreras e outros artistas fizeram homenagens ao cantor de ópera italiano Luciano Pavarotti, que morreu nesta quinta-feira aos 71 anos.

Pavarotti faleceu em sua casa em Modena, no norte da Itália. Em 2006, ele foi diagnosticado com câncer no pâncreas.

"Eu sempre admirei a glória divina da sua voz", disse Domingo, que cantou ao lado de Pavarotti nos concertos dos Três Tenores, há mais de dez anos.

José Carreras, o outro dos Três Tenores, disse que Pavarotti foi "um dos mais importantes tenores de todos os tempos".

O corpo de Pavarotti está sendo velado na catedral de Modena. Ele será sepultado no sábado à tarde.

Domingo lembrou "aquele inconfundível timbre especial da mais grave à mais aguda nota do tenor".

"Eu também adorava o seu maravilhoso senso de humor", disse.

"Em muitas ocasiões dos nossos concertos dos Três Tenores, nós tínhamos dificuldade em lembrar que estávamos fazendo um show diante de uma platéia que pagou, porque nós nos divertíamos demais."

O espanhol Carreras disse: "Nós temos que lembrar dele como o grande artista que foi, o homem com uma personalidade carismática maravilhosa – um amigo muito bom e um ótimo jogador de pôquer".

No teatro La Scala, de Milão, onde Pavarotti se apresentou 140 vezes, houve um minuto de silêncio em homenagem ao cantor na quinta-feira.

Joan Sutherland, que cantou ao lado de Pavarotti desde o começo da carreira dele, nos anos 1960, disse que foi "uma grande alegria" trabalhar com ele.

"Era incrível ficar ao lado dele e cantar junto", disse ela ao programa de rádio Today da BBC.
"A qualidade do som era tão diferente. Você sabia exatamente que era Luciano que estava cantando."

O maestro Zubin Mehta, que dirigiu Pavarotti nos concertos dos Três Tenores em Roma e Los Angeles, disse: "O mundo inteiro está escutando hoje a sua voz em todas as estações de rádio e televisão. E isso vai continuar. E esse é o seu legado. Ele nunca vai parar."

Pavarotti também tinha muitos amigos no mundo da música pop.

O cantor britânico Elton John disse que "é um dia muito triste para a música, e um dia triste para o mundo".

Sting disse: "Nós perdemos um grande amigo, uma grande voz e o mundo é um lugar menor sem o grande homem."

O cantor do grupo irlandês U2 disse que Pavarotti era "um grande vulcão de homem, que cantava fogo, mas jorrava amor à vida em toda a sua complexidade".

"Eu falei com ele na semana passada", disse Bono. "A voz que era mais alta do que de qualquer banda de rock era um sussurro. Ainda assim ele comunicava o seu amor. Cheio de amor."
O guitarrista do grupo de rock Queen Brian May disse que o mundo é "um lugar mais triste com a perde deste gigante gentil".


Luciano Pavarotti nasceu na província italiana de Modena, em outubro de 1935. Habilidoso nos esportes, não demorou muito para que conquistasse os primeiros fãs como titular de um time de futebol local.

A primeira vez que o tenor soltou a voz foi em um coral de Modena, ao lado do pai, um tenor amador que amava fervorosamente ópera.

Mas a estréia de Pavarotti nos palcos foi em abril de 1961, com a popular ópera “La Bohàme”, de Puccini, na cidade de Reggio Emilia. O sucesso foi tanto que ele passou a ser requisitado em países como Áustria, Suíça, Holanda e Reino Unido.

Já a estréia na América ocorreu em fevereiro de 1965, em Miami, nos Estados Unidos, com a produção da ópera de “Lucia di Lammermoor", de Gaetano Donizetti, ao lado de Joan Sutherland, com quem começaria uma grande parceria.

Em 1972, a produção de "La Fille du Regiment", no Metropolitan, de Nova York, colocou Pavarotti definitivamente entre os maiores da música erudita.

Em 1990, Pavarotti se une aos tenores espanhóis Placido Domingos e Jose Carreras. Juntos, fizeram diversas apresentações. Seu maior legado para a música provavelmente será a apresentação do trio na abertura da Copa do Mundo de 1990, na Itália, vista por cerca de 800 milhões de pessoas no mundo todo.

Nos anos 90, Pavarotti resolve deixar a mulher com quem viveu por 37 anos e teve três filhas, para se casar com a assistente Nicoletta Mantovani, 34 anos mais nova, após um turbulento divórcio. Com ela, teve mais uma filha.

O final da carreira do tenor foi marcada por problemas de saúde, que o motivaram a cancelar diversos shows e turnês pelo mundo.

Em julho de 2006 ele foi submetido a uma cirurgia para a retirada de um tumor no pâncreas e, depois disto, não foi mais visto em público.

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