(Foto) Guga comemora seu segundo título em Roland Garros em frente à Torre Eiffel, Paris
Não é fácil escolher dez momentos na carreira de um ídolo nacional como Gustavo Kuerten. Dono de 28 títulos, entre ATPs e Grand Slams, e mais de US$ 14 milhões em prêmios, o ex-número 1 do mundo deu a seus compatriotas motivos de sobra para comemorar e agitar a bandeira brasileira. O globoesporte.com ousou escolher os dez triunfos que mais marcaram a memória dos fãs de Gustavo Kuerten. Confira a lista abaixo, em ordem crescente de importância:
10 - Título do ATP de Stuttgart, em 1998
Guga superou o eslovaco Karol Kucera na final e conquistou seu segundo troféu de nível ATP na carreira. Na festa de entrega de prêmios, sua avó, dona Olga, entra na quadra a bordo do automóvel que o neto recebeu pelo título. Em 2001, Guga bateu o argentino Cañas na final do mesmo torneio, e dona Olga repetiu a cena.
9 - Vitória sobre Max Mirnyi, em 2001
Embora tenha pouco significado em termos de ranking e resultado, o triunfo de Guga sobre o bielorrusso Max Mirnyi na terceira rodada do U.S. Open de 2001 não sai da cabeça dos fãs do tenista. A partida durou 3h31m, e o catarinense, então número 1 do mundo, perdia por 2 sets a 0, mas conseguiu a virada graças a 33 aces e triunfos nos tie-breaks do terceiro e quarto sets. Na parcial decisiva, o rival, cansado, não resistiu.
8 - Título do Masters de Hamburgo, em 2000
A temporada de 2000 foi, sem dúvida, a melhor da carreira de Gustavo Kuerten. E o primeiro título grande daquele ano foi o do Masters Series de Hamburgo. Na final, contra o russo Marat Safin, só conseguiu a vitória no tie-break do quinto set, após 3h52m de luta. O brasileiro vinha de um vice-campeonato no Masters de Roma, na semana anterior, e a façanha em Hamburgo talvez tenha lhe dado a confiança necessária para faturar o bi em Roland Garros, o que aconteceu duas semanas depois.
7 - Bicampeonato de Roland Garros, em 2000
Até então, Guga era visto pela imprensa mundial como um grande tenista de saibro, mas um chamado one-slam wonder, jogador que brilha em um Grand Slam e não consegue repetir o desempenho até o fim da carreira. O bi em Roland Garros livrou Guga desse rótulo e lhe deu credibilidade. E repetir o feito não foi fácil. Ele teve de superar, em seqüência, quatro especialistas no saibro: Nicolás Lapentti, Yevgeny Kafelnikov, Juan Carlos Ferrero e Magnus Norman.
6 - "O último samba em Paris": a despedida de Roland Garros, em 2008
Fustigado pelas dores nos quadris, Guga escolheu o palco onde se consagrou para se despedir definitivamente do tênis profissional. E a escolha não poderia ser melhor: na quadra principal do torneio, o tenista brasileiro enfrentou o francês Paul-Henri Mathieu, perdeu por 3 sets a 0, mas, mesmo longe da boa forma de outrora, exibiu suas melhores jogadas para uma torcida francesa apaixonada. Um adeus digno de um grande ídolo brasileiro.
5 - Dobradinha em Cincinnati, em 2001
Talvez o título do Masters de Cincinnati seja o mais relevante que Guga obteve na quadra dura. Primeiro, pela dificuldade da chave: teve de superar, em seqüência, Andy Roddick (7/6 e 6/1), Tommy Haas (7/6 e 7/6), Yevgeny Kafelnikov (6/4, 3/6 e 6/4), Tim Henman (6/2, 1/6 e 7/6) e Patrick Rafter (6/1 e 6/3). Por causa da chuva, teve de jogar parte da semifinal no domingo. Cerca de uma hora depois de completar a vitória sobre Henman, voltou à quadra e arrasou Rafter.
4 - Tricampeonato de Roland Garros, em 2001
A terceira campanha de Guga no Grand Slam francês não foi a mais difícil, mas pode ser considerada a mais emocionante delas. Nas oitavas-de-final, salvou match point e, mesmo num dia pouco inspirado, superou a zebra americana Michael Russell. Após a final, desenhou um coração no saibro da quadra central e declamou seu amor por Roland Garros.
3 - Lição sobre o número 1
O último grande momento de Gustavo Kuerten foi, sem dúvida, a vitória sobre Roger Federer, no saibro de Roland Garros, em 2004. O suíço já era o número 1 do mundo e chegava à terceira rodada do torneio visto como favorito diante do tricampeão brasileiro, incomodado com as dores no quadril. O que se viu foi uma lição de como se jogar no saibro. Guga não deu chances ao suíço e aplicou um triplo 6/4. Desde então, Federer nunca mais foi derrotado por 3 sets a 0.
2 - Título da Masters Cup, em 2000
Gustavo Kuerten levará para sempre consigo a honra de ter sido o único tenista a derrotar, em dias seguidos, Pete Sampras e Andre Agassi, maiores tenistas de sua geração. A façanha veio na Masters Cup de 2000, em Lisboa, evento que acabou coroando o brasileiro como número 1 do mundo. Na semifinal, venceu Sampras de virada por 6/7, 6/3 e 6/4. No dia seguinte, em talvez sua melhor atuação na carreira, aplicou um triplo 6/4 em Agassi.
1 - Roland Garros, 1997
A primeira vez é inesquecível. Número 66 do mundo, desconhecido até para o público brasileiro, o jovem catarinense de visual despojado, então com 20 anos, surpreendeu o mundo e venceu três campeões de Roland Garros (Thomas Muster, Yevgeny Kafelnikov e Sergi Bruguera) para se tornar o primeiro brasileiro a faturar o título do Grand Slam francês. A conquista pegou o mundo do tênis de surpresa, e o brasileiro, sempre sorridente, foi logo apelidado de Surfista do Saibro. Mal sabiam os especialistas o que estava por vir...
Alexandre Cossenza
Nenhum comentário:
Postar um comentário