Aos 31 anos e com uma lesão no quadril, Guga não escolheu Paris por acaso para encerrar a carreira. Muito apreciado na França, Guga venceu o torneio aberto da França em 1997, 2000 e 2001.
Após o jogo, que durou pouco menos de duas horas, Guga foi homenageado pelo presidente da Federação Francesa de Tênis, Christian Bîmes, e recebeu um troféu que reproduz as diferentes camadas de materiais que formam a quadra de saibro de Roland Garros.
Guga não conseguiu conter as lágrimas durante a entrega do troféu e também fez um breve discurso em francês, com a voz embargada.
'Aqui é minha paixão'
O brasileiro disse ter vivido os melhores momentos de sua carreira nas quadras de saibro de Paris e recebeu fortes aplausos dos 14 mil espectadores que assistiram à partida.
“Aqui é minha vida, minha paixão, meu amor. É ótimo ter aqui a minha família, o meu treinador, mas o mais importante é o amor que vocês me deram”, disse o brasileiro ao público francês.
Em 2001, quando se tornou tricampeão de Roland Garros, Guga desenhou com a sua raquete um coração na quadra para agradecer a torcida do público francês, gesto que ficou gravado na história do torneio.
Antes da estréia de Roland Garros neste domingo, a imprensa francesa já vinha dando destaque para a despedida de Guga das quadras.
'Sorriso na derrota'
Após sua derrota, por três sets a zero, com parciais de 6/3, 6/4 e 6/2, a imprensa em geral valorizou mais a despedida emocionante do brasileiro do que a derrota para o tenista francês.
"O sorriso apesar da derrota", estampou o jornal esportivo francês L’Équipe em seu site.
"O brasileiro honrou o convite dos organizadores oferecendo ao público alguns momentos espetaculares, dignos de sua grande época", diz a reportagem.
Para a rádio France Info, “Paul-Henri Mathieu precisou deixar a quadra na ponta dos pés, já que sua classificação foi conquistada contra o querido do público francês”.
"O público, que já sabia qual seria o resultado da partida, não veio assistir a um confronto e sim aplaudir um de seus tenistas favoritos”, disse o L’Équipe.
Daniela Fernandes
De Paris para a BBC Brasil
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