O capítulo final da turnê de despedida foi perfeito, na definição de Gustavo Kuerten. O ex-número um do mundo, tricampeão de Roland Garros, disse que pode sentir um pouco do gosto de ser um grande jogador de tênis. Depois, contou da emoção do jogo e da homenagem que recebeu da Federação Francesa de Tênis.
O jogo
Foi melhor que o esperado. Quando eu anunciei que viria jogar em Roland Garros, muita gente perguntou se isso seria a opção correta. Se eu não seria atropelado pelo adversário. Mas quando eu botei aquela camisa igual à de 1997, falei: 'Isso tem que dar certo'. E eu pude mostrar um pouco do jogo que eu introduzi no saibro. Fiz um pouco de tudo: bati direta paralela, saquei bem, subi rede. Tive um sentimento de fortaleza dentro de mim. A sensação de jogar de igual para igual com ele na maioria dos momentos. De saber que eu ainda sou um cara perigoso na quadra. Fico com a sensação de que, se eu estivesse em melhores condições físicas, estaria nas cabeças, brigando com os melhores do mundo'
Emoção
Eu vinha me preparando nos últimos dias, mas na hora em que vi o estádio lotado, as pessoas gritando, e alguém me perguntou sobre a última partida, ficou difícil segurar as lágrimas. Durante o jogo pude curtir um pouco, mas o último set foi o mais difícil de controlar o lado emocional. Sabia que eram os últimos momentos e fiquei tremendo, pensando: 'Vai acabar'. Quando acabou, eu fiquei um tempo sentado, pensando em tudo o que passou na minha vida, em todo o sucesso que eu tive. Aí tentei falar o quanto estava feliz em francês, mas meu francês é terrível...
Roland Garros
Acho que a minha melhor recordação daqui é a do jogo em que desenhei o coração na quadra. E provavelmente o jogo de hoje será a segunda.
Jogo de duplas
O Larri me inscreveu e eu nem sabia. E o meu parceiro (Sebastien Grosjean) estava contundido e nem jogou simples. Agora confirmou presença e o convite. Vai ser legal, uma oportunidade a mais para curtir, uma chance para que as pessoas que vieram de tão longe possam me ver novamente. Mas a minha carreira está oficialmente encerrada. Agora vai ser um pouco de diversão.
Aposentadoria
Todo mundo vai parar um dia: Federer, Nadal, Djokovic. Hoje foi o meu dia. Não tenho arrependimentos ou tristezas. Sou um cara sortudo. Minha carreira teve duas etapas. Na primeira, fui vitorioso e conquistei muitas coisas. Na segunda, tive muitas dificuldades, mas também aprendi muito.
Saudade do tênis
O que eu mais vou sentir falta é desses dias antes da competição, dos jogos, a emoção de jogar um breakpoint, um setpoint, coisas que só o esporte pode oferecer. Foram anos muito intensos e vou sentir muita falta disso tudo. Agora, vou buscar outra forma de me sentir feliz como eu era como jogador de tênis.
André Amaral, enviado especial a Paris
www.globoesporte.globo.com
O jogo
Foi melhor que o esperado. Quando eu anunciei que viria jogar em Roland Garros, muita gente perguntou se isso seria a opção correta. Se eu não seria atropelado pelo adversário. Mas quando eu botei aquela camisa igual à de 1997, falei: 'Isso tem que dar certo'. E eu pude mostrar um pouco do jogo que eu introduzi no saibro. Fiz um pouco de tudo: bati direta paralela, saquei bem, subi rede. Tive um sentimento de fortaleza dentro de mim. A sensação de jogar de igual para igual com ele na maioria dos momentos. De saber que eu ainda sou um cara perigoso na quadra. Fico com a sensação de que, se eu estivesse em melhores condições físicas, estaria nas cabeças, brigando com os melhores do mundo'
Emoção
Eu vinha me preparando nos últimos dias, mas na hora em que vi o estádio lotado, as pessoas gritando, e alguém me perguntou sobre a última partida, ficou difícil segurar as lágrimas. Durante o jogo pude curtir um pouco, mas o último set foi o mais difícil de controlar o lado emocional. Sabia que eram os últimos momentos e fiquei tremendo, pensando: 'Vai acabar'. Quando acabou, eu fiquei um tempo sentado, pensando em tudo o que passou na minha vida, em todo o sucesso que eu tive. Aí tentei falar o quanto estava feliz em francês, mas meu francês é terrível...
Roland Garros
Acho que a minha melhor recordação daqui é a do jogo em que desenhei o coração na quadra. E provavelmente o jogo de hoje será a segunda.
Jogo de duplas
O Larri me inscreveu e eu nem sabia. E o meu parceiro (Sebastien Grosjean) estava contundido e nem jogou simples. Agora confirmou presença e o convite. Vai ser legal, uma oportunidade a mais para curtir, uma chance para que as pessoas que vieram de tão longe possam me ver novamente. Mas a minha carreira está oficialmente encerrada. Agora vai ser um pouco de diversão.
Aposentadoria
Todo mundo vai parar um dia: Federer, Nadal, Djokovic. Hoje foi o meu dia. Não tenho arrependimentos ou tristezas. Sou um cara sortudo. Minha carreira teve duas etapas. Na primeira, fui vitorioso e conquistei muitas coisas. Na segunda, tive muitas dificuldades, mas também aprendi muito.
Saudade do tênis
O que eu mais vou sentir falta é desses dias antes da competição, dos jogos, a emoção de jogar um breakpoint, um setpoint, coisas que só o esporte pode oferecer. Foram anos muito intensos e vou sentir muita falta disso tudo. Agora, vou buscar outra forma de me sentir feliz como eu era como jogador de tênis.
André Amaral, enviado especial a Paris
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