quarta-feira, 30 de abril de 2008

Marcha pela vida para lembrar o Holocausto


Chegamos nesta terça-feira (29) a Cracóvia, Polônia, para iniciar a 20ª Marcha da Vida. São 150 estudantes de São Paulo e mais 120 do Rio de Janeiro. E mais 200 adultos. Além dos brasileiros, são 10 mil pessoas de todo o mundo. Viemos conhecer os locais onde os seis milhões de judeus foram mortos pelos alemães durante a Segunda Guerra Mundial. Para quem acha que isso aconteceu há muito tempo e não justifica ficar lembrando, é bom pensar em três fatos. Primeiro que isso aconteceu há apenas 60 anos, ou seja, ainda existem sobreviventes dos campos de concentração vivos. Segundo, como disse Elie Wiesel, Prêmio Nobel da Literatura e sobrevivente de Aushwitz, "não lembrar é morrer duas vezes." E terceiro, que ainda hoje muita gente nega o Holocausto, como o presidente do Irã, e muitos inimigos do Estado de Israel ainda prometem eliminar todos judeus.


Brasileiros vão registrar em livro e documentário marcha para lembrar Holocausto:

http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2008/04/29/brasileiros_vao_registrar_em_livro_documentario_marcha_para_lembrar_holocausto-427113455.asp

A Marcha da Vida é uma organização mundial que tem uma logística impressionante. Durante oito dias são centenas de ônibus transportando 10 mil pessoas pela Polônia, para visitar os campos de concentração e os antigos guetos. Um fato curioso: muitos dos participantes só comem comida "kasher", ou seja, preparadas segundo preceitos religiosos que respeitam determinadas leis. Como resolver isso num país como a Polônia, que não está preparado para alimentar 10 mil pessoas ao mesmo tempo com comida kasher? A solução é trazer a comida de Israel. Uma complicada operação logística, mas muito divertida, pelo menos para os participantes, não para os organizadores. Saímos em dezenas de ônibus para um imenso pavilhão, onde um grande bufê foi servido. É claro que não os 10 mil ao mesmo tempo, pois os participantes são divididos em vários grupos, uma parte em Varsóvia, outra em Cracóvia, até por que as cidades não estão preparadas para receber tanta gente ao mesmo tempo.

A Polônia infelizmente recebe a Marcha da Vida, pois foi aqui que os alemães montaram os campos de concentração e extermínio para massacrar os judeus. Eles não queriam cometer esse horrendo crime em seu território e logisticamente na Polônia era mais fácil. Aqui viviam 3,5 milhões de judeus antes da Guerra (ao final sobraram apenas 300 mil) além de estar no meio do caminho entre os países do leste e do oeste europeu. Em 2007 o Governo Polonês conseguiu aprovar junto à ONU que a denominação dos campos passasse a ser oficialmente "Campos de Concentração Nazistas em território polonês ocupado pela Alemanha".É um dos períodos, se não o mais, negro da humanidade.

Hoje foi um dia de chegada, amanhã começam as visitas ao pesadelo

A Marcha da Vida 2008 vai virar um livro com fotos do Marcio Scavone e texto meu. E um documentário de uma hora e meia com direção da americana Jéssica Sanders, produzido pela Latinoamerica e Conspiração Filmes. Em 5 línguas, português, inglês, francês, espanhol e hebraico. Serão os primeiros documentos feitos de maneira profissional em todo o mundo. Estarão prontos no final do ano e a disposição de vários museus do mundo.

Marcio Pitliuk, autor da idéia de documentar a Marcha da Vida.

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