sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

O montanhismo perde o grande Sir Edmund Hillary (1919 - 2008)


O neo-zelandês Sir Edmund Hillary, que ao lado do nepalês Tenzing Norgay Sherpa se tornou o primeiro a escalar o monte Evereste, morreu aos 88 anos de idade. Sir Edmund foi um dos maiores aventureiros do século XX.

A Nova Zelândia chora a morte, acontecida ontem dia 10, do montanhista Edmund Hillary, admirado por suas virtudes e considerado um herói nacional desde que se tornou o primeiro homem a escalar a montanha mais alta do mundo, o Everest, em 29 de maio de 1953.

Desde o anúncio da sua morte, no hospital de Auckland, onde sofreu um ataque cardíaco, começou uma série de atos, tributos e cerimônias em sua lembrança.

O primeiro reconhecimento partiu da primeira-ministra do país da Oceania, Helen Clark, que deu a triste notícia aos neozelandeses. Ela descreveu "Sir Ed", como Hillary era popularmente conhecido, como um "colosso" camuflado sob uma personalidade humilde e modesta.

"Foi uma figura heróica que não só conquistou o Everest mas também viveu com determinação, humildade e generosidade. O lendário montanhista, aventureiro e filantropo é o neozelandês mais conhecido da História, mas acima de tudo era essencialmente um 'quivi' (neozelandês)", disse Clark num comunicado, ainda na Europa, onde estava em viagem oficial.

O governo neozelandês já confirmou que Hillary terá um funeral com honras de Estado, mas a data ainda não foi marcada. A sua lembrança está presente nas bandeiras, que serão hasteadas a meio mastro até domingo em todos os edifícios públicos da nação.

Líderes políticos, ambientalistas, representantes da comunidade maori, montanhistas, desportistas e cidadãos de todo o mundo expressaram sua admiração por Hillary. O primeiro-ministro em exercício, Michael Cullen, definiu o aventureiro como "um grande homem e um verdadeiro neozelandês".

O montanhista neozelandês Mark Inglis, conhecido por conquistar o Everest com próteses no lugar das suas pernas amputadas, disse que Hillary foi uma inspiração para os praticantes do esporte. Ele acrescentou que a população do Nepal ficará arrasada com a notícia.

Hillary, que chegou ao topo do mundo acompanhado pelo sherpa Tenzing Norgay, tornou-se desde então um ativo defensor dos direitos dos sherpas do Himalaia.

- Nas tendas de Katmandu, nas casas de chá de Kumbher, nas casas em todo o Nepal, as pessoas têm uma foto do Rei e ao lado uma de Sir Ed. Quando você vê isso, realmente se dá conta da estima que eles têm", declarou Inglis.

Hillary fundou o Truste Himalaio na década de 60, com o objetivo de criar escolas, hospitais e serviços básicos para a população sherpa da cordilheira. Ele continuou visitando o Nepal por anos para verificar se a sua iniciativa humanitária estava cumprindo o seu objetivo.

O trabalho de Hillary no Nepal estava sendo documentado pelo cineasta Tom Scott. As imagens serão exibidas durante o funeral.

Em sua última visita ao Nepal, em abril de 2007, Hillary sofreu uma queda e seus problemas de saúde pioraram desde então. O veterano montanhista estava doente e sabia que seu fim estava perto, segundo Cullen.

- Temos que chorar sua morte, mas também que celebrar a sua vida - disse o político.

A família, no entanto, não esperava um fim tão rápido. A previsão era de que Hillary recebesse alta hoje e deixasse o hospital. Mas o seu estado piorou ontem à noite.

Uma homenagem muito especial aconteceu na Base Scott, na Antártica, que Hillary visitou no ano passado para inaugurar as novas instalações com seu nome. Com a bandeira neozelandesa a meio mastro, o pessoal da base lembrou a visita num ato de muita emoção.

- Foi um grande cavalheiro, de enorme tenacidade, uma grande vontade e uma coragem sem limites - elogiou o representante neozelandês na Antártida, Dean Peterson.

Agência EFE

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