segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Projeto Biblioteca Digital Mundial


Na Antiguidade, a Biblioteca de Alexandria, no Egito, com suas centenas de milhares de papiros, era a guardiã do maior acervo cultural e científico do mundo. Inaugurada em 295 a.C., foi destruída pelo fogo em 272 d.C. por ordem do imperador romano Aureliano. Na era digital, um projeto da Unesco, a World Digital Library (Biblioteca Digital Mundial), cujo protótipo entrou no ar neste mês, tornará tesouros de vários países disponíveis gratuitamente na internet. O portal da WDL terá, na primeira fase, mapas, fotografias e manuscritos digitalizados, tudo com textos explicativos em árabe, chinês, espanhol, inglês, francês, português e russo. Numa segunda fase, será possível consultar livros. Os usuários poderão pesquisar temas como filosofia, história, religião e ciência.

Grandes bibliotecas estão sendo convocadas a colaborar - e a Biblioteca Nacional foi uma das primeiras a aceitar. Já enviou reproduções de mapas e registros fotográficos raros do país no século 19. Oitava maior do planeta e a número um da América Latina, a instituição é parceira-fundadora ao lado das Bibliotecas do Congresso dos EUA, da Rússia, da Coréia do Sul e da Bibliotheca Alexandrina, inaugurada em 2002.

Um protótipo da WDL começou funcionar desde o dia 17, na 37ª Conferência-Geral da Unesco, em Paris. É uma oportunidade para mais países aderirem - e para o Brasil fazer sua campanha com os vizinhos latinos e com as nações de língua portuguesa. “A Biblioteca Nacional é a única da América Latina que está participando. Vamos entrar em contato com os países da região, começando por Argentina, Venezuela e Colômbia”, afirma o presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Muniz Sodré. “

A idéia é fazer um grande portal da cultura no mundo. Cada país está mandando o que tem de mais precioso”, explica Liana Gomes Amadeo, diretora do Centro de Processos Técnicos da Biblioteca Nacional. Mais detalhes sobre o projeto, cujo investimento não foi divulgado, estão no site http://www.worlddigitallibrary.org/. O maior acervo digital do mundo, hoje, é o da Biblioteca do Congresso Americano (http://www.loc.gov/), iniciado em 1995, com mais de 7,5 milhões de documentos.

Parceria da UNESCO e dos EUA possibilitou a criação da Biblioteca Digital Internacional

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, apoiadas pelo Google, se uniram para desenvolver a biblioteca digital com trabalhos de todas as partes do mundo.

"A iniciativa da Biblioteca Digital Internacional é digitalizar materiais raros e únicos de bibliotecas e outras instituições ao redor do mundo e torná-los disponíveis de forma gratuita na internet", informou a Unesco em um comunicado.

Manuscritos, mapas, livros, partituras e gravações musicais, filmes, gravuras e fotografias serão incluídos no projeto.

A iniciativa foi lançada pela Biblioteca do Congresso dos EUA em 2005, com o objetivo de digitalizar registros das maiores culturas do mundo. O projeto vai permitir aos usuários procurar por lugares, épocas, temas e instituições participantes.

O projeto soma-se aos esforços de empresas como o Google, que está digitalizando acervos de diversas bibliotecas do mundo para acesso on-line. Junto com o Google, primeiro patrocinador do setor privado, há também outros parceiros, incluindo bibliotecas nacionais no Egito, Rússia e Brasil.

Agência Reuters

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