quarta-feira, 6 de junho de 2007

Por que os violinos Stradivarius são tão procurados, e será que eles valem tudo isso?

Um dos violinos da coleção Stradivarius do Palácio Real de Madrid.
Reportagem do Independent (UK) conta que um comprador de leilões ofereceu o equivalente a um milhão e 380 mil libras (cinco milhões 400 mil reais) por um violino Stradivarius, causando sensação na música clássica. Foi o segundo maior preço pago por um instrumento musical em um leilão. Especialistas dizem que o preço era duas vezes o que o violino valia, mas o comprador insistiu em que era uma “pechincha”. Os preços têm subido nos últimos anos, em especial o dos violinos com a marca mágica. Em 1995, uma inglesa comprou um Stradivarius para sua filha de dez anos por cerca de 300 mil libras; em 1998, a Christie’s vendeu outro violino por 440 mil libras. Em 2005 o preço bateu um milhão de libras e em maio passado, outro Strad foi vendido por um milhão e 800 mil libras. Um dos mais apreciados instrumentos, o Viotti, foi comprado por um consórcio inglês por três milhões e meio de libras em 2005.

Quem foi Stradivari?

Não há registro do nascimento de Antonio Stradivari. O que primeiro se sabe é que foi um aprendiz em Cremona sob a guarda de Nicolo Amati, cuja família era de renomados luthiers. Em 1666, o jovem já havia aprendido o bastante para colocar sua própria marca – na forma latina Stradivarius. Em 1680, abriu sua oficina na Piazza S. Domenico, onde viveu e trabalhou até a morte, em 1737, aos 93 anos presumíveis. Não há provas concretas da excelência dos instrumentos de Stradivari mas ele é, sem dúvida, o mais reverenciado construtor de violinos da história.

Quantos instrumentos Stradivari fez?

Calcula-se que o mestre tenha feito 1100 violinos, violas, cellos e violões. Cerca de 650 destes – 450 violinos – sobreviveram ao criador. O Soloman vendido na Christie's, em Nova York, esta semana, é de 1729, feito portanto depois da Era de Ouro de Stradivari – que teria terminado por volta de 1720. Há, no entando, muitos instrumentos com a marca Stradivarius que não foram criados pelo mestre luthier – ele tinha dois filhos, Francesco e Omobono, que trabalhavam com ele mas eram encarregados apenas de trabalhar com instrumentos mais baratos feitos de madeira menos nobre. Depois da morte de Stradivari e especialmente depois do século XIX, muitos violinos "Stradivarius" foram feitos na França e na Inglaterra. Não foi fraude deliberada – mas há centenas de falsos Stradivarius no mercado.

Como reconhecer um Stradivarius genuíno?

Na dúvida, só um especialista pode confirmar mas a primeira e óbvia procura é pela marca – se estiver escrito “Made in England", não foi feito por nenhum membro da família Stradivari. Nos instrumentos legítimos, há uma inscrição em latim e a data – alguns têm a marca "sotto la disciplina", significando que foram feitos sob a supervisão do mestre mas não por ele. Os verdadeiros são suficientemente poucos para que suas trajetórias sejam conhecidas, e cada um tem um nome especial. Um deles, vendido pela Christie's foi comprado nos anos 20 ou 30 por Murray Lambert, uma das poucas violinistas profissionais do seu tempo. Quando ela morreu, foi vendido em leilão por 17mil e500 libras a Seymour Solomon, violinista amador e cofundador da Vanguard Records. Daí seu nome, o Solomon ex-Lambert.

Quem tem os outros?

Há alguns músicos talentosos ou bem apadrinhados o bastante para tocar em seus próprios Stradivarius. Em 1950, Yehudi Menuhin comprou o Soil Stradivari de 1714, vendido em 1986 a Itzhak Perlman por cerca de 600 mil libras. Mas a maioria dos instrumentos está nas mãos de colecionadores ou instituições públicas. O Earl Spencer foi batizado com o nome do avô da Princesa Diana, o sexto Earl Spencer. Em 1887, ele se casou com um membro da família Baring, de banqueiros, e sua noiva lhe deu o violino como presente de casamento. O sétimo Earl, pai de Diana, colocou o instrumento a leilão em 1977. É hoje tocado pelo jovem escocês Nicola Benedetti.

A Sociedade Stradivari de Chicago tem cerca de 20 instruments, que valem cerca de 15 milhões de libras, que são cedidos a solistas. O Viotti – batizado em homenagem ao compositor e violinista Giovanni Battista Viotti, do século XVIII, que tocou com ele – está atualmente com a Royal Academy of Music, em Londres. O Betts, feito em 1704, e batizado em homenagem a John Betts, um negociante americano que comprou o instrumento por UMA libra, está atualmente na Biblioteca do Congresso, em Washington DC. O Messiah, de 1716, está no Ashmolean Museum em Oxford.

E os cellos?

Provavelmente o mais famoso dos cellos Stradivari é o Davidoff, de 1712, comprado por um anônimo benfeitor em 1964 como presente para uma jovem cellista de 19 anos, que viria a ser uma das maiores do s. XX- Jacqueline du Pré, que morreu em 1987. Um grupo de amigos se consorciou para comprá-lo para Yo Yo Ma que o esqueceu num táxi em Nova York. Felizmente, conseguiu resgatá-lo. O instrumento vale mais de um milhão de libras. O primeiro cello de Du Pré foi um Stradivarius de 1673 que não tinha um nome- e que foi presenteado a ela quando tinha 16 anos. Depois de sua morte foi para as mãos do cellista e concertista novaiorquino Lynn Harrell, que o batizou de Jacqueline du Pré.

Qual o segredo dos violinos Stradivari?

É ainda um mistério a razão pela qual um violino Stradivari pode soar tão perfeito e por que ninguém é capaz de duplicá-lo. Sabe-se que o mestre fez cuidadosos cálculos enquanto pesquisava a forma perfeita, o tamanho das cravelhas etc, cada instrumento construído e esculpido por suas mãos e ouvidos. Há quem diga também que o segredo era o verniz que ele usava.

Um dos seus violinos, o Messiah (1716), foi examinado por dois cientistas americanos – o paleo-climatologista Lloyd Burkle e o dendrocronologista – estudioso da idade da madeira pelos anéis - Henri Grissino-Mayer, que notaram a estreiteza dos anéis da madeira de abetos que ele usou, atribuída ao inverno rigoroso no inicio do século XVIII, que permaneceu intenso por 70 anos. O resultado pode ter sido uma pequena incidência de sol - e os cientistas abriram a possibilidade de que esse clima seja o responsável pelo som especial dos Stradivarius. Essa hipótese indignou muitos luthiers. Ano passado, uma equipe da Universidade da Suécia se propôs criar um violino tão perfeito quanto um Strad. Criaram um modelo de computador reproduzindo parte a parte de instrumentos. Mesmo se a experiência for relativamente bem sucedida, dificilmente o comprador anônimo no Leilão da Christie`s vai achar que seria um bom investimento.

Os Strads são tão valiosos quanto o mercado mostra?

Sim...

*Os Stradivarius genuínos são raros. Há uma enorme demanda mas pouquíssima oferta – e a oferta jamais aumentará.
*Os virtuoses afirmam que não há som mais perfeito do que o dos Stradivarius.
*Em comparação com as grandes obras de arte – pintura de Tiziano ou escultura de Michelangelo, um Stradivarius chega a ser barato.

Não...

* A qualidade da performance depende mais do talento do artista do que do instrumento.
* Amantes da música podem se iludir apenas com a idéia de ouvir um Strad – e assim ouvir o que querem.
* Mesmo que um Stradivarius soe hoje como único e especial, eventualmente algum outro poderá soar.

22 comentários:

Arao disse...

Mto boa a matéria... Principalmente qndo o tema é o considerado melhor violino do mundo

Anônimo disse...

TENHO UM VIOLINO E TENHO QUASE CERTEZA QUE É UM LEGITIMO STRADIVARIUS ELE É DE 1729 E TEM
DENTRO DELE ESTA ESCRITO:
ANTONIUS STRADIVARIUS CREMONENSIS
FACIEBAT ANNO 1729
COM UM SIMBOLO: AS E UMA CRUZ, DENTRO DE UM CIRCULO.
AGUARDO RETORNO DESTE CONTATO, OBRIGADA

Unknown disse...

eu tbm tenho um stradivarius mas precisamos saber se realmente ele é verdadeiro ou não como decifrar isot alguem pode nos ajudar?

artur disse...

Tenho um que esta a mais de 200 anos na familia , coloquei ele no mercado livre , tem esse testo escrito nele .
Violino Antonius stradivarios cromonensis
esciebat anno 1725

artur disse...

tenho um tb , que é de violino mario magnani ano 1935 , tb nomercado livre

JULIANA disse...

Olá tenho um violino q foi do meu avÔ e gostaria de saber se é verdadeiro,mas acho q ñ.
Dentro dele esdta escrito "Antonius Stradivarius é de 1712-cremonensis faciebat e tem um simbolo A/S.

Unknown disse...

ola tambem tenhu um violino deste strad,,, pressiso de informaçoes sobre ele sera qe alguem pode me ajudar????????????????????? vou passar meu email,, marciofabric@hotmail.com,,,,se alem puder me ajudar eu sou mut grato!!!! aguardando!!!?

Unknown disse...

oi tenhoo um stradivarius ano 1713 lindooo originallll tem um sommm martavilhosooooooo

stradivarius disse...

Tenho um violino que era do meu falecido Pai, e nele tem uma etiqueta com o nome stradivarius, gostaria de saber quem pode verificar se tem algum valor historico,

João Batista disse...

Encontrei mo museu de minha cidade um Amtonius Stradivárius 1742 faciebat, made in germany. Tá faltamdo o espelho ( escala) o tensor das cordas (cavalete), o arco e as tarrachas. Portanto só o corpo. Foi doado ao museu daquele jeito. Será que tem algum valor? Vale a pena procurar um luthier bom para fazer a restauração? Talvez no exterior?

azuenn58 disse...

Tenho um Antonius Stradivarius Cremonensis - Faciebat anno 1716 com um simbolo redondo escrito A/S dentro dele, gostaria de receber informações a respeito. neuza_cobiank@hotmail.com

speedhackerdownloads disse...

parece q todo mundo aqui tem um...iqual o meu!

Julye disse...

Minha mãe tb tem um violino Stradivarius. Faz 70 anos que ela ganhou do padrinho, qdo este veio de Portugal.
A etiquetinha dentro diz: Antonius Stradivarius - Cremonensis - Faciebat Anno 1714 (14 ta escrito a caneta tinteiro) e tem o simbolo "AS" com um T no meio.
Poxa, será que alguem tem alguma informação que me ajude a descobrir se é um legítimo ou não.
Aguardo retorno.
Abraços e Feliz Ano Novo a todos!

Unknown disse...

Tenho um violino q esta escrito Antonius Stardivarius Cremonensis Faciebat anno 176, como faço para descobrir se e original ou não...

Obrigada.
luanapanek1711@gmail.com

Unknown disse...

Meu bisavô Samuel Gelb presenteou um instrumento musical para cada um de seus 12 filhos.Sendo um diferente do outro...(Piston,Saxofone,Trambone e um violino)Os demais não lembramos. Minha avó nascida no ano de 1909 quando adolescênte uma das filhas de Samuel Gelb foi a que ganhou o violino. O mesmo ficou guardado a muitos anos na casa em que eu moro a 32 anos.Ele ficou guardado durante uns anos e o cupim acabou com a etiqueta que vem escrito o nome Antonius Stradivarius -Cremonensis Faciebat com o ano a um simbolo A/S.Meu pai confima que estava escrito isso.Veio de Portugal de uma viagem que meu bisavô fez.Preciso saber se é original...monike_trabcontatos.freitas@hotmail.com

Unknown disse...

bom dia tenho um violino antonius stradivarius cremonenfis faciebal do ano 1716 com a sigla A/S e um T no meio dos dois quero saber se ele é original para entrar em contato comigo meu email e eugeniodemello@hotmail.com espero por um retorno obrigado

Unknown disse...

Tenho um violino antonius stradivarius cremonensis faciebat
anno 1752 se nao estou enganado pois os dois ultimos digitos do ano estao escrito a mão ele esta so com uma corda e veio da italia a muitos anos
se alguem poder me ajudar se ele e verdadeiro ou falso
meu e-mail vitalalvesdasilva@gmail.com
Obrigado

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Tenho um violino também, eu acredito e espero que seja legitimo, vou levar para avaliarem.
Dentro esta escrito "Antonius Stradivarius Cremonensis Faciebat 1717" Ao lado tem A|S dentro de um circulo, e os últimos dígitos do ano estão escritos a mão também,espero que seja verdadeiro...

Suzana disse...

Olá
Eu tenho um que está escrito
Antônius Stradivarius
Cremonensis
Faciebat anno 1710

Unknown disse...

Oi tenho um original de 1916 veio tá Itália com meu avô

Unknown disse...

Como posso saber a legitimidade de um 1714?
Possui as inscrições dentro.

 
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