Momento histórico: Romário festeja um dos gols de Zico no Jogo das Estrelas. Jorginho, auxiliar de Dunga na seleção brasileira, também participa da festa
Zico toca para Romário na entrada da área, que deixa Adriano na cara do gol. A cena certamente já fez parte do sonho de muitos torcedores do Flamengo e neste domingo ganhou forma e cor. Na sexta edição do "Jogo das Estrelas", promovido pelo Galinho, os craques do passado e do presente se encontraram no gramado do Maracanã para uma partida festiva, com caráter beneficente, mas que desta vez foi ainda mais especial.
O evento marcou o reencontro e a trégua de dois dos maiores jogadores da história do futebol mundial: Zico e Romário. O convite feito pelo eterno camisa 10 rubro-negro selou a paz. Há onze anos, o polêmico corte do ex-atacante às vésperas da Copa do Mundo de 1998, na França, deu início à relação turbulenta. À época se recuperando de uma lesão muscular, o Baixinho não disputou a competição, e a responsabilidade pela ausência acabou recaindo sobre o Galinho, então coordenador técnico da seleção brasileira.
A partida terminou com o placar de 5 a 5. Sobraram belos gols e lances geniais. Alcindo, com quem Zico jogou no Japão, abriu o placar com um toque sutil sobre Gilmar Rinaldi. Adriano e Zico pararam algumas vezes no goleiro Carlos Germano, ex-Vasco, mas quando Romário entrou na brincadeira pareceu mais fácil. No gol de empate, o Baixinho tocou, o Galo deixou a bola chegar no Imperador, que foi derrubado na área. Zico deu a bola para Adriano cobrar, mas o atacante rubro-negro retribuiu a gentileza ao dono da festa. Na cobrança, a categoria de sempre, bola na rede, e festa nas arquibancadas: 1 a 1.
A dupla Zico e Romário voltou a funcionar na hora da virada. Galinho e Baixinho tabelaram na entrada da área, o camisa 11 caiu, mas a bola sobrou para o camisa 10 deslocar Germano e virar: 2 a 1. Na comemoração, o maior ídolo rubro-negro fez reverência à torcida que tanto o aplaudiu no Maracanã.
Adriano foi quem teve mais chances no primeiro tempo, mas a pontaria não estava em dia. Os tradicionais cascudos não faltaram, mas desta vez foram de leve. Valia a festa.
- Perdi alguns gols, mas é uma brincadeira e está sendo um prazer. A felicidade é o que importa. É muito fácil jogar com eles (Zico e Romário). Têm uma visão diferente dos jogadores de hoje. Têm um algo mais - comentou o Imperador.
Djalminha ainda conseguiu empatar para os Amigos do Zico com um chute de fora da área: 2 a 2.
As duas equipes sofreram muitas alterações no intervalo. Adriano, por exemplo, não voltou para a etapa final e passou em branco. Renato Gaúcho, técnico do Bahia, ganhou um lugar no ataque do time do Flamengo. Romário e Zico mantiveram a parceria, mas foi Ibson, do Spartak Moscou, da Rússia, quem deixou o Baixinho na cara do gol. Dá para imaginar no que deu? Bola na rede, e a comemoração tradicional com braços erguidos para céu: 3 a 2.
- Estou muito feliz e honrado de ter participado. A galera gostou e sonhou - disse Romário.
Os Amigos do Zico viraram o jogo. Falcão, do futsal, empatou com um lindo voleio, e Felipe Adão, filho do ex-atacante Cláudio Adão, fez o quarto. Cheio de vontade, Romário, que hoje é dirigente do América-RJ, foi consagrado mais uma vez por Ibson. Em jogada individual, o volante acabou derrubado na área. Na cobrança do Baixinho, a bola caprichosamente tocou o travessão antes de entrar: 4 a 4.
Empolgados, os mais de 70 mil torcedores presentes (55.821 pagantes) empurraram o time do Flamengo para a virada. E ela não demorou a sair. Na área, Renato Gaúcho tocou para Romário, que achou Zico livre. O Galinho só empurrou para marcar o quinto: 5 a 4. Logo após o lance, o maior jogador da história do Fla deixou o gramado aplaudido de pé. Ainda havia tempo para o empate. Bruno Morais deixou tudo igual: 5 a 5.
O Jogo das Estrelas 2009 arrecadou R$ 253.298,00. A renda da partida será dividida entre a família do ex-goleiro Zé Carlos, a família do ex-atacante Washington, do Fluminense, e também instituições de caridade.
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