quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Exposição permanente na casa de Charles Darwin


A casa onde viveu Charles Darwin, o autor da teoria da evolução das espécies, deve ser reaberta ao público na próxima sexta-feira com uma exposição permanente em homenagem ao bicentenário do nascimento do biólogo inglês, comemorado nesta quinta-feira.

A mansão, conhecida como Down House, fica no condado de Kent, no sudeste da Inglaterra, e passou um período fechada para reformas.

Ela agora será reaberta após uma restauração de seus jardins e de sua estrutura, comandada pela organização English Heritage, que cuida dos patrimônios históricos da Inglaterra.

Alguns dos aposentos da casa conservam a mobília e alguns objetos usados pelo cientista, o que torna possível ao visitante conhecer um pouco de seu cotidiano.

Darwin se mudou com sua mulher, Emma, para a vila de Downe em 1842, seis anos depois de ter retornado de sua célebre viagem no navio Beagle, quando coletou espécimes em diversas partes do mundo que embasaram sua teoria da seleção natural.

Ele viveu e trabalhou em Down House por quatro décadas, até sua morte, em 1882.

Foi nesta casa que ele escreveu grande parte de seus trabalhos, inclusive o livro A Origem das Espécies, publicado em 1859 e que traça as bases da teoria da evolução.

"Eu acho que você pode ter uma grande percepção da vida familiar (de Darwin) lá. Ele vivia e trabalhava na casa e você pode imaginar o barulho que seus filhos faziam. A casa deve ter sido muito viva de pessoas e ideias", diz Sarah Darwin, bióloga do Museu de História Natural de Londres e bisneta do cientista.

O professor Barry Cunliffe, diretor da English Heritage, afirma que a exposição pretende mostrar aos visitantes a vida e as teorias de Darwin.

"Isto coloca a casa como um dos mais importantes patrimônios científicos do mundo", afirma.

A exposição sobre Darwin traz artefatos originais e recursos de multimídia.

Além disso, há uma réplica em tamanho natural da cabine que Darwin ocupou durante sua viagem no navio Beagle.

No piso térreo da casa, alguns aposentos mostram um pouco da vida familiar da Darwin.

É possível ver a mesa de bilhar onde Darwin jogava com seu mordomo e o serviço de jantar que Darwin herdou de sua mãe, Susannah Wedgwood.

Em outra sala, está exposto o piano que a mulher de Darwin, Emma, costumava tocar. Ela teve aulas de música com o famoso compositor polonês Fryderyk Chopin.

Em cima do piano, há dois vasos de plantas. Darwin costuma pedir que sua mulher e seus filhos tocassem música para minhocas que ficavam nos vasos para estudar os efeitos sobre as criaturas.

O jardim e a estufa da casa, que, segundo Sarah Darwin, tiveram um papel importante no trabalho do cientista, também foram restaurados.

"Eu acho que ter o campo literalmente atrás de sua porta permitiu que ele analisasse as coisas (que ficavam no jardim e na estufa). Darwin fez parte de uma grande linha de naturalistas amadores ingleses", afirma sua bisneta.

"Nós temos que encorajar os jovens a virem a esta casa. Você não precisa ir a Galápagos ou à Amazônia para encontrar coisas. Elas estão em nosso quintal", diz.

A casa de Darwin era um refúgio onde ele podia trabalhar em paz. Além disso, ela tinha bastante espaço para a sua grande família - Darwin teve dez filhos, sete dos quais viveram até a idade adulta.

"Nesta exposição, temos objetos que ele coletou durante a viagem no Beagle, a primeira edição de A Origem das Espécies e até coisas pessoais, como sua aliança de casamento", diz Jenny Cousins, da English Heritage.

Visita a casa de Darwin - http://www.abc.es/multimedia/fotos/sociedad/visita-casa-darwin-29212.asp

BBC Brasil

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