quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Cápsula do tempo da música clássica é aberta em Paris

A Opéra National de Paris e a Bibliothèque Nationale de France abriram uma cápsula do tempo da música clássica, com gravações inéditas de alguns dos melhores cantores líricos do início do século XX. No melhor estilo ficção científica, elas foram feitas em 1907, ocupando 24 discos, e guardadas em duas urnas com instruções para serem abertas apenas quando cem anos tivessem passado.

A iniciativa de produzir essa relíquia foi da subsidiária francesa da Gramophone Company, ancestral da atual EMI. O presidente da empresa naquela época, Alfred Clark, instruiu que as urnas deveriam ser abertas depois de cem anos para "mostrar aos homens daquela era (a nossa) o estado das máquinas falantes e as vozes dos principais cantores do nosso tempo (aquele tempo)".

Os recipientes foram enterrados no porão da sede da Opéra National de Paris, o Palais Garnier, numa cerimônia na noite de Natal de 1907. Em 1989, eles foram transferidos para a Bibliothèque Nationale por motivos de segurança. É lá que estão em exibição para o público desde ontem, com os discos em seu interior.

Entre as vozes registradas nas gravações estão as das sopranos Nellie Melba, Adelina Patti e Emma Calvé e a do tenor Enrico Caruso, cantando repertório francês e italiano, como Bizet, Gounod, Donizetti, Rossini e Verdi. Os discos serão removidos das urnas no próximo ano e o áudio será examinado por especialistas da EMI, que deverão compilar um CD para lançamento comercial.

Eduardo Fradkin - O Globo

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