Grande Otelo nasceu Sebastião Bernardo Silva, mas trocou seu nome de batismo para Sebastião Bernardes de Souza Prata. O Bernardes veio em homenagem ao ex-presidente Artur Bernardes. O Souza é por causa do sobrenome da mãe. E o Prata foi uma deferência à família dos patrões do pai. A informação está na biografia do ator, "Grande Otelo, uma biografia", escrita pelo jornalista Sérgio Cabral, que será lançada amanhã, como parte do projeto Grande Otelo, 90 Anos. A cerimônia acontece a partir das 18h, no Arte Sesc, no Flamengo.
O pseudônimo, por sua vez, foi explicado pelo próprio ator num depoimento ao pesquisador Jairo Severiano: testado por um maestro, ouviu que era um tenorino e que um dia cantaria a ópera "Otelo". "Quando vim para o Rio e passei a trabalhar com Jardel Jércolis, ele achou que Pequeno Otelo não chamaria a atenção, mas que se me anunciasse como Grande Otelo e depois aparecesse eu, pequeno, isso já era uma piada", disse. Projeto começou com montagem de peça em 2004 .
As homenagens vêm em forma de livro, de site, de documentário e de exposição. O projeto, a cargo da Sarau Agência de Cultura Brasileira, inclui ainda a transferência do acervo do ator para a Funarte. O material estava no apartamento de um amigo da família, na Tijuca, já que os quatro filhos não tinham onde deixá-lo. Foi levado de lá para a Sarau, onde passou por um processo de recuperação e de catalogação. E, agora, passa a ser cuidado pela Funarte.
O site já pode ser acessado no endereço www.grandeotelo.com.br. Com relação à exposição, ainda falta captar recursos. O documentário, sem data de lançamento, está sendo feito por Evaldo Mocarzel (de "Do luto à luta" e "À margem da imagem"). No filme, Mocarzel vai mostrar desde a luta pela preservação da memória do artista até as dificuldades encontradas na procura de documentação em acervos públicos.
O ponto de partida do projeto foi a peça "Grande Otelo - Êta moleque bamba!", em 2004. O livro "Grande Otelo, uma biografia" (Editora 34, R$ 44) traz informações curiosas. O ano de nascimento do ator era inventado. Ele dizia que tinha nascido em 1915, mas a data verdadeira, conta Sérgio Cabral, era 1917. Além disso, na verdade, ele não fugiu com um circo, e sim foi adotado por uma família de comediantes vinda de São Paulo.
Mauro Ventura - O Globo
Lançamento do livro "Grande Otelo, uma biografia": Seg, 17 de dezembro, às 18h, no Arte Sesc (Rua Marquês de Abrantes 99, Flamengo - Tel: 2259-7720). Entrada franca.
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