segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

O Brasil na visão de Thomas Ender

Vista do Catete, no Rio de Janeiro. Aquarela sobre lápis. Panorama do Morro da Glória na direção do Catete e do vale das Laranjeiras. O morro Dona Marta e o Corcovado aparecem ao fundo.

Thomas Ender, um dos mais notáveis artistas austríacos de sua época, nasceu em Viena no dia 4 de novembro de 1793., tendo nascido e falecido em Viena, Foi também na capital austríaca que Ender foi professor na Academia de Belas Artes, de 1825 a 1850. Após sua formação na Academia, onde se excedia como estudante e ganhou o primeiro lugar em desenho de paisagens em 1810, Thomas Ender recebeu o Prêmio Imperial de pintura de paisagens em 1817 e tornou-se um protegido do Chanceler Duque Clemens Metternich, que comprava as pinturas premiadas. Devido a uma recomendação de Metternich, o pintor pôde participar da Expedição austríaca ao Brasil em 1817-1818.

Após seu retorno do Brasil, Ender acompanhou Metternich a Roma, onde permaneceu até 1823. Um ano depois, tornou-se membro da Academia de Belas Artes de Viena.

Em 1829 foi nomeado Pintor de Câmara a serviço do Arquiduque Johann, irmão do imperador Francisco I, e em 1836 foi nomeado Professor de Paisagística da Academia de Viena, tornando-se neste meio tempo um dos pintores de paisagem mais famosos da Áustria. Viajou ao Oriente e ao sul da Rússia (1837), passando por Turquia e Grécia para documentar as paisagens. Após sua aposentadoria o pintor continuou recebendo diversas honras e condecorações, vindo a falecer em 1875, em Viena, onde se encontra sepultado no Cemitério Central.

Como jovem pintor de paisagens, Thomas Ender participou da Expedição austríaca ao Brasil, de 14 de julho de 1817 a 1° de junho de 1818. Essa expedição, que ainda contou com o zoologista e etnologista Johann Natterer e outros cientistas naturalistas, foi enviada ao Brasil por ocasião do casamento do Príncipe Herdeiro Dom Pedro de Portugal e do Brasil com a Arquiduquesa austríaca Leopoldina, no Rio de Janeiro, em 1817. Naquela época, ainda não havia muita informação na Europa sobre esse grande país da América do Sul e, por isso, o Chanceler Metternich enviou a Expedição austríaca para recolher mostras das paisagens, da natureza e da gente do Brasil.

Durante sua estadia no Brasil, Thomas Ender pintou e desenhou numerosas paisagens, edifícios e pessoas do Brasil colonial, principalmente no Rio de Janeiro, São Paulo e entorno. Após seu retorno para Viena, Thomas Ender presenteou o Imperador austríaco Franz I com 782 aquarelas e desenhos. A exposição das obras de Ender em Viena causou enorme interesse e foi o motivo da fundação de um Museu do Brasil na capital austríaca. Os trabalhos, de extrema sensibilidade e extraordinária habilidade, representam um dos exemplos mais refinados da arte da pintura de paisagens Biedermeier e agora fazem parte da coleção de gravuras (“Kupferstichkabinett”) da Academia de Belas Artes de Viena.
São paisagens rurais e urbanas, cenas do cotidiano e retratos de pessoas e de objetos de uso caseiro.

Os trabalhos de Thomas Ender constituem um laço histórico e artístico importante entre a Áustria e o Brasil, porém, lamentavelmente, são pouco conhecidos. Para levar essas obras artísticas a um público mais extenso, o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Embaixador Celso Amorim, sugeriu, por ocasião da visita oficial do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Áustria, em maio de 2006, organizar uma exposição de obras selecionadas da coleção Thomas Ender no Brasil. A Áustria aceitou com agradecimento a proposição.

Todas as obras expostas foram selecionadas pela própria diretora do Gabinete de Gravura da Academia de Belas Artes de Viena, Monika Knofler.

Realizada e patrocinada pela CAIXA e pela Embaixada da Áustria com a chancela do Ministério das Relações Exteriores, a mostra “Thomas Ender 1817 - 1818: O encontro com uma nova luz – um olhar austríaco sobre o Brasil” , com 70 obras vindas do acervo do Gabinete de Gravura da Academia de Belas Artes de Viena. As peças constituem uma das principais coleções de imagens brasileiras do início do século XIX. A exposição será aberta ao público no dia 13 de dezembro de 2007 e ficará em cartaz até 20 de janeiro de 2008, na Galeria 3.
A exposição já esteve em cartaz na Caixa Cultural de Brasília.


Exposição: Thomas Ender 1817 - 1818: O encontro com uma nova luz – um olhar austríaco sobre o Brasil

CAIXA Cultural RJ: Avenida Almirante Barroso, 25, Centro (esquina com Avenida Rio Branco, Estação do Metrô Carioca) – Tel.: 2544-4080 / 7666

Abertura: 12 de dezembro de 2007, às 19h (para convidados e imprensa).

Visitação Pública: 13 de dezembro de 2007 a 20 de janeiro de 2008.

Local: Galeria 3 Horário: terça a domingo, das 10h às 22h.

Visitas guiadas para escolas com agendamento prévio.

Entrada Franca.

Acesso para portadores de necessidades especiais.

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