Nadal é o primeiro espanhol camperão em Wimbledon desde Manolo Santana, em 1966
Não foi neste domingo que Wimbledon viu um tenista ganhar o torneio seis vezes consecutivas. Com a presença do sueco Björn Borg, pentacampeão do torneio entre 1976 e 1980 na quadra central, Rafael Nadal derrotou Roger Federer, ganhador entre 2003 e 2007, por três sets a dois, com parciais de 6-4, 6-4, 6-7 (5/7), 6-7 (8/10) e 9-7, em pouco mais de cinco horas e se consagrou como o primeiro espanhol a vencer o terceiro Grand Slam do ano desde Manolo Santana em 1966. O prêmio do canhoto é de cerca de R$ 2,2 milhões.
Tetracampeão no saibro de Roland Garros e o primeiro a ganhar os Grand Slams na grama e no saibro no mesmo ano desde Borg em 1980, Nadal teve desempenho fantástico naquele que era o seu pior piso há alguns anos: ele perdeu apenas três sets durante a campanha - um na segunda rodada contra o letão Ernests Gulbis e os outros nesta tarde. Esta também foi a primeira derrota de Federer na grama em 66 jogos. A última havia sido justamente em Wimbledon, contra o croata Mario Ancic em 2002. Com o resultado, o canhoto, cujo retrospecto contra Roger agora é de 12 vitórias e apenas seis derrotas, se isola ainda mais na Corrida dos Campeões como o maior tenista da temporada se aproxima do suíço na luta pela primeira posição do ranking mundial.
- É um sonho que se transforma em realidade nesta tarde, aqui em Wimbledon. Ganhar nesta quadra, contra o melhor jogador da história, é algo que jamais pensei. É incrível, e é impossível explicar essa sensação de ganhar em meu torneio favorito desde a infância, disse Nadal, campeão em 2006 e 2007, e que fez questão de agradecer ao príncipe Filipe e à princesa Letizia, que foram acompanhá-lo. - Muito obrigado por terem vindo me ver, de verdade.
Depois de quase meia hora de atraso devido às chuvas, o jogo começou e logo o espanhol mostrou quem ditaria as cartas na quadra central do All England Tennis Club. Nadal quebrou o serviço de Federer logo no segundo game e manteve-se à frente do set até fechar em 6-4, em pouco mais de 40 minutos de partida.
O panorama mudou um pouco na segunda etapa, quando Federer tentou crescer na partida e quebrou o serviço do espanhol logo no segundo game, abrindo 2 a 0. Mas Nadal não esmoreceu, ganhou quatro games seguidos e virou a partida com quebras seguidas no sétimo e nono games para fechar em 6-4 com o seu saque. O número 1 teve duas chances de empatar a partida em 5-5, mas desperdiçou as oportunidades.
No terceiro e decisivo set, Federer se manteve vivo na partida ao salvar quatro tentativas de quebra no quarto e sexto games, liderar a partida em 5-4 e respirar aliviado quando a chuva fez com que a partida fosse adiada por cerca de 30 minutos. No reinício, o suíço foi melhor, conteve as esquerdas do espanhol e fechou o tie-break em 7-5, levando a partida para o quarto set.
No quarto set, Nadal e Federer jogaram em alto nível, não tiveram chances de quebras e a partida foi para o tie-break. Lá, o espanhol abriu 5-2 e teve uma chances de fechar a partida em 9-7, mas Federer conseguiu uma passada incrível e igualou a partida em dois sets com 10-8.
Mas a insistência de Federer não teve o efeito previsto contra a intensidade incomum de Rafael Nadal, que voltou ainda mais focado da parada no quinto game do quinto set e com uma quebra no décimo-quinto game sacou para fechar a partida com o saque 8-6 e comemorar muito.
A comemoração foi a de sempre do espanhol: punho fechado, mãos nos olhos e o beijo na grama, gesto típico dos campeões de Wimbledon. Ao contrário do que alguns imaginavam, Rafael Nadal agora é um deles.
O Globo Online
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