sábado, 28 de junho de 2008

McDonald o milagreiro


11 de junho, Gotemburgo: Brasil 0 x 0 Inglaterra

O selecionado inglês provocava arrepios nos brasileiros. Ainda estava fresca na memória a derrota de dois anos atrás (Inglaterra 4 a 2, em Wembley), quando a nossa equipe, tímida e temerosa, se encolheu frente ao quadro da casa. Por causa de uma chocante tragédia, porém, a Inglaterra que desembarcou na Suécia estava desfigurada. Em fevereiro último, um avião que transportava a delegação do Manchester United se acidentou no aeroporto de Munique, na Alemanha. Oito atletas do clube inglês morreram e dois tiveram suas carreiras encerradas precocemente. A seleção perdeu atletas como Taylor, Edwards e Byrne, e teve de convocar veteranos que participaram do vexame inglês no Mundial de 1950, como Finney e Wright. Na peleja de Gotemburgo, o Brasil foi senhor absoluto das ações. O marcador zerado pode ser atribuído a um novo candidato a santo da Igreja Anglicana: o lépido goleiro McDonald, que agarrou bolas que pareciam impossíveis e ainda contou com a sorte (o Brasil esbarrou duas vezes na trave). O escrete jogou melhor que na estréia e manteve a liderança do grupo, mas o técnico Feola ficou possesso com tantos gols perdidos. Na mira das críticas estava Mazzola: o palmeirense é cobiçado por equipes italianas e, conforme alguns integrantes da comissão técnica, andava pensando mais nas liras que pode embolsar do que nos gols que foi encarregado de marcar. Era um sinal de que Feola ensaiava mexer no time.

Brasil: Gilmar; De Sordi, Bellini, Orlando e Nilton Santos; Dino Sani e Didi; Joel, Mazzola, Vavá e Zagallo (Técnico: Vicente Feola)

Inglaterra: McDonald; Howe e Banks; Clamp, Wright e Slater; Douglas, Robson, Kevan, Haynes e A'Court (Técnico: Walter Winterbottom)

Local: Estádio Nya Ullevi (Gotemburgo)

Público: 30.000 pessoas

Arbitragem: Albert Dusch (Alemanha), Bertil Loeoew (Suécia) e Istvan Zsolt (Hungria)

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