sábado, 28 de junho de 2008

Caem os super-homens

15 de junho, Gotemburgo: Brasil 2 x 0 União Soviética

Chegava a hora de decidir a classificação contra o futebol científico dos soviéticos. O Brasil entrou no gramado do estádio Nya Ullevi com três novidades: Zito, implacável na marcação da meia-cancha, e os talentosos Pelé e Garrincha, grandes esperanças da torcida nacional. O resultado foi extraordinário. Nem mesmo as muralhas do Kremlin seriam capazes de resistir ao bombardeio inclemente do ataque brasileiro no início da partida. O famoso goleiro Lev Yashin viu-se desamparado diante do poderio ofensivo dos adversários. A jornada brasileira foi tão inspirada que os russos, que chegaram com a reputação de super-heróis invencíveis, pareciam não acreditar na humilhação a que estavam sendo submetidos. A imprensa local e internacional também não acreditava que o Brasil tivesse mantido na reserva a infernal dupla formada por Pelé e Garrincha. O menino do Santos, contudo, ainda se recuperava de lesão (leia reportagem nesta edição). Já Garrincha, do Botafogo, vinha sendo guardado para um momento delicado como este, em que o Brasil precisava ousar e surpreender para seguir na briga pela taça. De uma coisa ninguém mais duvidava: os dois tinham entrado no time para não sair mais.

Brasil: Gilmar; De Sordi, Bellini, Orlando e Nilton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Pelé e Zagallo (Técnico: Vicente Feola)

União Soviética: Yashin; Kesarev, Kuznetsov e Voinov; Krijevski e Tsarev; Aleksander Ivanov, Valentin Ivanov, Simonian, Igor Netto e Ilyin (Técnico: Gavril Katchaline)

Local: Estádio Nya Ullevi (Gotemburgo)

Público: 50.000 pessoas

Arbitragem: Maurice Guigue (França), Birger Nielsen (Noruega) e Carl Jorgensen (Dinamarca)

Gols: Vavá, 3min do 1º tempo; Vavá, 32min do 2º tempo

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